domingo, 9 de novembro de 2014

Parabéns, Jô! Nem ele aguenta mais essas matracas, digo, "meninas".

Eita que el@s estão aperread@s

Até que fim!




Foi-se!

Ouvi de alguns que não devemos comemorar a desgraça alheia.

Mas resta uma pergunta: e quando a pessoa, que ficamos felizes com a desgraça, é quem deseja e transforma a profissão em provocar a desgraça de milhões?

Ainda bem que vivi para ver isso: Eliane Cantanhêde demitida da Farsa de São Paulo.

Que seja seguida, no rumo do inferno, pelas outras bestas. Quem sabe assim teremos uma mídia digna nesse país?

Pena que a Globo ainda lhe dará guarida na TV a cabo. Mas logo, logo, quiçá até a Globo faça como a Farsa.

Ide em paz e que o Diabo a carregue!


Luiz Afonso Alencastre Escosteguy

No http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/2014/11/o-triste-mas-previsivel-fim-de-uma-das.html

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

"Estou sendo processada por falar a verdade!"

Tucanos querem cassar direitos políticos de líder sindical por 8 anos

publicado em 4 de novembro de 2014 às 11:24
beatrizcerqueira
por Beatriz Cerqueira, no Facebook
Hoje recebi a notificação da Ação de Investigação Judicial Eleitoral proposta pela coligação encabeçada pelo PSDB.
Eles pedem a suspensão dos meus direitos políticos por 8 anos.
O motivo?
A campanha de esclarecimento que o Sind-UTE MG fez sobre a realidade da educação pública mineira.
Estou sendo processada por falar a verdade!
Que decepção ver a assinatura do meu professor de constitucional na petição inicial.
Que tristeza ver como mentiram: disseram que só o candidato Fernando Pimentel foi convidado para a Conferência de Educação. Todos os candidatos foram convidados.
A teoria da coligação é que temos o hábito de descumprir decisões judiciais e citaram as greves de 2010, 2011 e a proibição de manifestações em 2013.
Disseram que não prestamos contas dos recursos do sindicato. Enquanto que a verdade é que nossas contas são apreciadas por um Conselho Fiscal, apresentadas e discutidas no Conselho Geral da entidade e nos Congressos.
As contas de 2010, 2011, 2012 já foram devidamente analisadas e aprovadas. E prestamos contas especificamente das greves, congressos, eleições, conferências. E distribuimos as prestações de contas aos participantes dos congressos e Conselho Geral.
Mentir é mesmo a melhor habilidade do PSDB.
Somos 7 diretores estaduais processados!
PS do Viomundo: A derrota em Minas doeu…
No http://www.viomundo.com.br/denuncias/beatriz-cerqueira-tucanos-querem-cassar-direitos-politicos-de-lider-sindical-por-8-anos.html

Cabra bom esse Requião: "A verdade é que a nossa elite tem um horror pânico da participação popular. E a cada passo fica mais incomodada com a evidenciação do nosso povo que, nos últimos anos, tornou-se visível nos aeroportos, nos shoppings, nos restaurantes, nos cinemas, nas universidades. Se a visibilidade do povo brasileiro já é desconfortável para essa gente, imagine o povo opinando, sugerindo, exigindo."

QUEM TEM MEDO DA PARTICIPAÇÃO POPULAR?


Não existe no mundo uma raça mais entreguista, golpista E FRACASSADA que a direita brasileira (PSDB, Mídia/PIG e elite)

REFORMA POLÍTICA JÁ

Apelo à Casa Branca demonstra submissão de aecistas Opositores criaram petição contra reeleição de Dilma. Governo americano disse não compartilhar de opinião apresentada no documento.

Por Agência PT

dilma e obama 

Segundo a Embaixada dos EUA, petição não representa a posição do governo americano
O Foro de São Paulo, criado em 1990 por iniciativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em conjunto com outros líderes de esquerda da América Latina, tornou-se o novo alvo do revanchismo de apoiadores do candidato derrotado Aécio Neves (PSDB). Insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais que reelegeram Dilma Rousseff, resolveram apelar à Casa Branca para tentar interferir na democracia brasileira.
Na petição, feita apenas dois dias após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, os opositores do PT pedem ao governo americano um posicionamento oficial contra a “expansão do comunismo bolivariano no Brasil”.
Segundo os autores do documento, disponível no site da Casa Branca, Dilma continuará o “plano de seu partido de estabelecer um regime comunista no Brasil, nos moldes bolivarianos propostos pelo Foro de São Paulo”.
A secretária de Relações Internacionais do PT, Mônica Valente, acredita que os ataques ao Foro de São Paulo se originam no desconhecimento do tema. “A prova disso é fazer uma petição para a Casa Branca. Algumas dessas pessoas querem a manutenção da política anterior, de subordinação ao capital internacional”, explica.
O Foro de São Paulo é uma articulação composta por organizações, partidos políticos de esquerda e progressistas da América Latina e Caribe. O objetivo é discutir, por meio de encontros, novas alternativas às políticas neoliberais, além de promover integração econômica, política e cultural entre os países latino-americanos e caribenhos.
Nesta terça-feira (04), governo americano se posicionou em relação à petição por meio de nota emitida pela embaixada dos Estados Unidos da América em Brasília. Segundo a embaixada, as petições apresentadas na página não representam as opiniões do governo dos EUA.
“O Brasil é um importante parceiro para os Estados Unidos e estamos empenhados em continuar a trabalhar com a presidente Dilma Rousseff a fim de fortalecer as nossas relações bilaterais”, afirmou a embaixada, em nota.

O Foro – Segundo a secretária de Relações Internacionais do PT, o Foro de São Paulo foi criado quando poucos países ainda eram governados por partidos progressistas.

“A iniciativa surgiu porque percebíamos que a problemática vivida por nossos povos era muito parecida. Tínhamos uma economia com grau de dependência externa muito grande, uma desigualdade brutal e a maioria dos países eram endividados com o FMI”, relembra Mônica.
A secretária defende a manutenção da articulação e critica as vinculações bolivarianas ao Foro. “Uma das coisas que une o Foro de São Paulo é considerar a democracia como algo essencial”, rebate.
Em pronunciamento feito em razão da realização do Foro de São Paulo em 2013, a presidenta Dilma Rousseff defendeu a importância do intercâmbio político entre os países latino-americanos e caribenhos.
“O Foro de São Paulo foi e é um extraordinário laboratório político. Os partidos progressistas da América Latina e do Caribe formularam projetos e alternativas que estão mudando a realidade em nossos continentes”, disse Dilma.

Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias


TSE nega criar comissão de auditoria pedida pelo PSDB Dados solicitados por tucanos são públicos e disponíveis a qualquer tempo aos partidos políticos.

Por Agência PT

 

Dias Toffoli, do TSE: “Estardalhaço” dos tucanos para pedido indevido
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou, por unanimidade, o pedido do PSDB para criar uma comissão a fim de fiscalizar os sistemas de todo processo eleitoral e da totalização dos votos das eleições de 2014. Para o presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, a sigla tucana não tem legitimidade jurídica para atuar em nome dos demais partidos e obrigá-los a participar de uma comissão.
O PSDB protocolou, em 30 de outubro, pedido de auditoria especial do resultado das eleições no TSE. Em nota, o diretório nacional tucano justificou o ato como forma de “manter a confiança dos cidadãos brasileiros em suas Instituições e na nossa democracia”.
De acordo com Toffoli, duas resoluções do TSE garantem total acesso aos dados requisitados pelo PSDB aos partidos, coligações, Ministério Público e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Por isso, os ministros reiteraram a liberação do acesso aos sistemas de votação, apuração e totalização dos votos das eleições.
“Antes de editar essas duas resoluções, este tribunal deu ampla publicidade às respectivas minutas de proposta de resolução, que foram submetidas à audiência pública específica. Nada foi feito às escuras, tudo com total transparência”, defendeu o ministro.
Além disso, Toffoli criticou o pedido do PSDB, feito com “estardalhaço” e sem nenhuma novidade, além daquelas garantidas pela Justiça Eleitoral.
“Diante de tais constatações, verifica-se que a pretensão do partido político, tratada com certo estardalhaço em notas divulgadas à imprensa, se constitui em nenhuma inovação ou solicitação que já não tenha sido previamente garantida por este Tribunal”, considerou o ministro.
O coordenador jurídico da campanha do PT, Flávio Caetano, voltou a desconsiderar o pedido da oposição. “Não há possibilidade de colocar em cheque todo o processo eleitoral com mais de 100 milhões de votos com base em seis denúncias de Facebook”, ironizou Caetano.

Contestações – Dias Toffoli aproveitou o voto para contestar argumentos utilizados pelo PSDB para conseguir as informações na Justiça Eleitoral. Segundo ele, os tucanos questionaram a necessidade de impressão do voto e o horário de divulgação do resultado parcial das eleições presidenciais.

De acordo com o ministro relator, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional a impressão do voto. “Já se foi o tempo da República Velha em que os mesários eram obrigados a dar recibo do voto, com uma cópia para o eleitor mostrar para o coronel que ele votou no candidato do coronel”, disse.
O ministro também explicou que o horário para divulgação da totalização dos votos das eleições presidenciais seguiu a legislação eleitoral. A resolução 23.399 de 2013 determina a liberação dos dados do resultado para cargo de presidente da República apenas a partir das 17 horas do fuso horário do Acre.
“Não foi uma decisão tomada de última hora. Foi uma decisão tomada por esta Corte em 2013”, explicou Toffoli.

Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias


Após 20 anos, reforma política entra na pauta do Congresso Defendida por Dilma Rousseff, proposta foi desengavetada e será apreciada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.

Por Agência PT


 
 Gleide Andrade, do PT: assembleia constituinte é fundamental para Congresso discutir reforma política




O Congresso aceitou discutir a reforma política, mas não como sugerido por Dilma. A proposta da presidenta, é a de realizar um plebiscito como meio de ampliar a participação popular e aprofundar as discussões acerca do assunto. Partidos de oposição e mesmo alguns da base aliada recomendam o referendo.
A exigência de reformas constitucionais nasceu nas chamadas jornadas de junho e julho de 2013, manifestações ocorridas em várias regiões do País que se desdobrou em reivindicações por mais democracia, educação e saúde. Uma das frases mais percebidas nos cartazes das manifestações era: “não me representa”, uma alusão ao Congresso Nacional.
De fato, a composição do Parlamento não é representativa da pluralidade brasileira. Lá, 70% dos congressistas, ou mais de 300 parlamentares, são empresários e latifundiários.
Este ano foram eleitos 462 homens e 51 mulheres. Elas são 53% da população, mas não passam de 10% dos congressistas. Os negros, mais de 60% da população brasileira, não passam de 8,5% dos parlamentares.
Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), com a atual composição do Congresso, a sociedade corre o risco de não ter os desejos atendidos. “O risco de um referendo, e não plebiscito, decidido a partir de uma decisão desse Congresso, é que os congressistas vão definir com sua ótica, com os seus interesses”, afirma Costa.
“Para responder à reforma política que os movimentos sociais querem, que a esquerda quer, só pode ser através de um plebiscito”, defende a vice-presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleide Andrade. Para ela, é necessário perguntar à sociedade da necessidade de uma reforma no sistema eleitoral brasileiro.
Atitude presidencial – Em meio às manifestações de 2013, a presidenta Dilma falou, em cadeia nacional de rádio e tevê, para reafirmar o compromisso democrático do governo com as reivindicações pacíficas e conclamar, justamente, por uma reforma política.
“Precisamos oxigenar o nosso sistema político, encontrar mecanismos que tornem nossas instituições mais transparentes, mas resistentes aos malfeitos e, acima de tudo, mais permeáveis à influência da sociedade”, disse Dilma. A presidenta pregou a construção de uma ampla e profunda reforma política, para ampliar a participação social.
Segundo a proposta de Dilma, a mesma defendida pelo PT, a reforma deverá ser convocada por meio de uma assembleia constituinte exclusiva para reforma do sistema eleitoral. A partir daí, seria implantado o financiamento público exclusivo de campanha; participação paritária das mulheres na política; e o voto em lista pré-ordenada.
O financiamento empresarial a campanhas políticas é uma das principais fontes de abuso do poder econômico para influenciar o resultado das eleições. Empresas doam maciçamente, em geral, para partidos com mais possibilidade de vencer as disputas. A ideia é tonar os políticos reféns dos interesses de quem os financia.
Em maio deste ano, a presidenta encaminhou ao Congresso Nacional o Decreto 8.243, que institui a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação Social (SNPS). “O objetivo é o de fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias democráticas de diálogo e a atuação conjunta entre a administração pública federal e a sociedade civil”, diz o texto do decreto.
Em 28 de outubro, dois dias depois de Dilma convocar o plebiscito para a reforma política, a oposição e parte da base aliada do governo derrubaram o decreto. Foi uma clara demonstração do clima que o governo vai encontrar no Congresso para a realização da reforma política.
Parte da imprensa e alguns parlamentares acusaram a presidenta de tentar interferir na autonomia constitucional do Parlamento. Quando, na verdade, o objetivo é o de fortalecer a sociedade, mas sem dar a ela o poder de decidir pelas instâncias dos três poderes. O decreto apenas afirma que as instituições públicas devem levar em consideração a existência da opinião da população.
A Ordem dos Advogados do Brasil se colocou contra a convocação de uma constituinte. Segundo nota da entidade, há o risco de os parlamentares eleitos para o fim específico da reforma política extrapolarem os limites do tema e aprovarem assuntos diferentes.
“Esse discurso da OAB é incompleto porque nós sempre defendemos a constituinte exclusiva para a reforma do sistema eleitoral. A diferença entre eles e nós é que o PT quer dialogar com a sociedade”, afirma Gleide. Para a vice-presidente do PT, a proposta do partido é mais “radicalizada”. Segundo ela, a OAB defende o financiamento individual de até R$ 700 e o PT, o financiamento público exclusivo de campanha.
Também o senador Humberto Costa não acredita na possibilidade de desvirtuamento da constituinte. “Qualquer tentativa de furar a temática central da constituinte, pode ser coibida pelo próprio Congresso Nacional”, alerta o líder do PT no Senado.
Diante da polêmica sobre o assunto entre os parlamentares, inclusive de parte da base aliada, a presidenta passou a levar em conta a possibilidade de ser feito um referendo. Ou seja, ao invés de consultar a população, antes da discussão no Congresso (plebiscito), o eleitor poderá apenas ratificar a decisão dos constituintes (referendo). “Acho que não interessa muito se é referendo ou plebiscito. Pode ser uma coisa ou outra”, disse Dilma, em entrevista ao SBT, em 28 de outubro.
Diferenças – Uma constituinte é um órgão colegiado de parlamentares eleitos pelo povo, com a função de redigir ou reformar uma constituição. Ao fim da empreitada, o colegiado é dissolvido. Somente o Congresso Nacional tem a prerrogativa de convocar uma constituinte. A última delas data de 1986, quanto foram eleitos os parlamentares autores da constituição de 1988.
O plebiscito é uma consulta à população sobre determinado tema nos quais ela vota sim ou não. Por meio desse sistema, a sociedade é consultada antes do ato legislativo ser criado.
Segundo Gleide Andrade, o Congresso não tem condições de assumir a reforma política, nesse momento. “Nem se ele quisesse, ele teria tempo para cuidar do país e ainda se desdobrar em cima de uma constituinte para reformar todo o sistema eleitoral brasileiro”, analisa.
Referendo é também uma consulta popular, diferente do plebiscito porque a sociedade apenas responde se concorda ou não com um ato legislativo decidido pelo Congresso Nacional.
Mobilização – Durante a reunião da Executiva Nacional, ontem (3), o PT definiu por mobilizações em todo o Brasil. Segundo Gleide, foram marcadas duas plenárias de mobilização, em São Paulo e Recife, para esta terça-feira (4). De 9 a 15 de novembro, o PT irá promover uma mobilização da militância para participar das ações em defesa da reforma política.
Ela lembrou dos 7,5 milhões de votos obtidos pelo plebiscito popular convocado por mais de 480 instituições, entre os dias 1º e 7 de setembro deste ano. Ainda assim, o partido continua o trabalho de coleta de assinaturas para a constituinte exclusiva da reforma política.
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias

sábado, 1 de novembro de 2014

"Como é que Rousseff ainda conseguiu vencer, quando tanto a cobertura da mídia quanto os investidores estavam fortemente contra ela?" Heather Arnett

Heather Arnett: Dilma venceu por colocar interesses das mulheres e crianças adiante dos de investidores e do mercado

publicado em 31 de outubro de 2014 às 20:37
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29.10.2014
O que Dilma Rousseff do Brasil pode ensinar a Hillary Clinton
Heather Arnett*, no Daily Beast, sugerido por Conceição Oliveira
No domingo, Dilma Rousseff foi reeleita para continuar como presidente do quinto maior país do mundo. Enquanto a primeira mulher presidente do Brasil lutava pela reeleição, uma coisa estava clara: a economia seria o foco da disputa.
No momento em que os norte-americanos se preparam para eleições intermediárias e um novo ciclo presidencial, seria inteligente olhar para o Brasil e perceber como as divisões econômicas e de gênero tiveram impacto nas eleições.
[O ex-presidente dos Estados Unidos] Ronald Reagan cunhou a famosa frase: “Você está melhor agora do que quatro anos atrás?”
Para milhões de brasileiros, a resposta é um claro sim. Mas, a partir da cobertura da corrida presidencial do Brasil na mídia dos Estados Unidos e da Europa, você poderia ter a impressão de que o Brasil estava à beira de um colapso econômico.
Como pode uma economia que tirou 40 milhões de pessoas da pobreza e as colocou na classe média, com dados historicamente baixos de desemprego, ser considerada sob risco?
Depende de quais interesses econômicos definem sua perspectiva.
No ano passado, enquanto eu filmava o documentário “Senhora presidente: Por que não os Estados Unidos?”, entrevistei Lilian, mãe solteira que vive numa favela do Rio de Janeiro.
Por causa do programa de subsídios para pessoas de baixa renda (Bolsa Família), Lilian tinha uma renda estável. Pela primeira vez as crianças dela estavam recebendo atendimento médico e iam regularmente à escola. Lilian e uma amiga abriram um pequeno comércio e o rosto dela se iluminou de orgulho quando me falou da filha que havia ingressado na faculdade para formar-se em psicologia. Lilian disse que tudo isso era praticamente impossivel mesmo de sonhar uma década atrás.
Enquanto outras nações entraram em recessão e declararam rígidas medidas de austeridade, cortando serviços sociais, educação, saúde e empregos públicos, o Brasil investiu nisso tudo.
Além de expandir o Bolsa Família, Rousseff também liderou as tentativas bem sucedidas de aprovar legislação fixando que parte da renda do país com as reservas de petróleo será reinvestida na expansão da educação e saúde para os pobres.
Mas investir nas pessoas do Brasil significou menos lucro para os investidores internacionais. O um por cento do Brasil e o um por cento que internacionalmente estava lucrando com papéis brasileiros continuaram lucrando, porque a economia brasileira estava crescendo.
Mas, com a queda do crescimento, não consideravam o lucro suficiente, enquanto o Brasil investia no bem estar de seu próprio povo. E assim as elites decidiram que era hora de mudar.
Foi impressionante ver como praticamente quase toda a cobertura das eleições presidenciais no Brasil focou em como os “mercados” e os “investidores” apoiavam fortemente o competidor de Rousseff, o conservador — do ponto de vista fiscal — Aécio Neves. Foi impressionante ver como a confiança dos investidores diminuia cada vez que os números de Rousseff nas pesquisas subiam.
Os mesmos artigos citavam, no sexto ou sétimo parágrafo, que se era verdade que dezenas de milhões de famílias tinham saído da pobreza por causa da política econômica de Rousseff e de seu partido, o baixo crescimento e a inflação eram problemas. O que os artigos não mencionavam é que apenas os extremamente ricos não estavam sendo beneficiados pelas políticas do governo.
E, assim, como é que Rousseff ainda conseguiu vencer, quando tanto a cobertura da mídia quanto os investidores estavam fortemente contra ela?
Porque, no Brasil, o voto é obrigatório. Quando os pobres tem acesso igual às cabines de votação, tem a oportunidade de apoiar seus próprios interesses econômicos. E no Brasil, como na maioria dos paises, as mulheres são maioria entre os eleitores.
A mídia dos Estados Unidos e da Europa tentaram posicionar Marina Silva (que era a principal competidora de Dilma no primeiro turno) como candidata “da mudança”. Mas Marina caiu nas pesquisas quando ficou claro que, como evangélica, ameaçava os direitos dos gays, o planejamento familiar e o acesso a métodos contraceptivos que o partido de Dilma expandiu.
No Brasil estas não são consideradas questões “sociais”. O povo brasileiro as reconhece como questões econômicas centrais. O maior acesso a métodos contraceptivos fortaleceu a segurança econômica de comunidades. O acesso à saúde reprodutiva melhorou a saúde de mães e filhos. Mais direitos para a comunidade LGBTQ resultaram em maior segurança física e econômica para estas famílias. Os milhões de pessoas que se beneficiaram destas políticas não estavam apoiando um candidato “da mudança” para perder esses direitos.
As questões de gênero receberam pequena cobertura no Brasil, uma vez que as duas principais candidatas eram mulheres. Mas com Marina fora da disputa a questão voltou a ter importância.
Na verdade, muito da retórica em torno de Aécio Neves o definia como um patriarca que poderia controlar a economia brasileira e redirecioná-la do estado de bem estar de Rousseff.
Durante debate presidencial, Neves chegou ao ponto de se referir a Rousseff como “leviana”. A reação das eleitoras foi sentida imediatamente. Acusaram Neves de usar linguagem sexista para atacar uma mulher que foi guerrilheira marxista, presa e torturada por seu compromisso com a democracia, uma economista que serviu como ministra antes de ser a primeira presidente do Brasil.
Ficou parecendo que os brasileiros aceitam a maior parte da lama que candidatos atiram uns nos outros durante os debates, mas não o chauvinismo.
Quando estamos a caminho de 2016 e Hillary Clinton, Elizabeth Warren e outras mulheres consideram disputar o direito de se tornar a primeira presidente dos Estados Unidos, elas deveriam ficar de olho no livrinho de táticas de Rousseff.
Warren já está liderando a campanha contra a desigualdade. As duras críticas dela contra os bancos e o mercado, que apoiam interesses dos muitos ricos às custas dos mais vulneráveis, tem recebido aplausos em pé onde quer que ela vá.
Se Hillary Clinton vai tentar de novo a presidência, precisa desenvolver uma agenda econômica que incorpore estes temas com um detalhado plano de ação.
Da mesma forma que Warren tem sido a campeã da classe média, Clinton tem sido uma consistente defensora da segurança econômica e física das mulheres. O discurso dela em Beijing, em 1995, quando declarou que “os direitos das mulheres são direitos humanos” se tornou o mantra do Departamento de Estado enquanto ela foi secretária.
Pela primeira vez, o Departamento criou um escritório focado exclusivamente nos direitos internacionais das mulheres. Agora é comum se dizer que, quando secretária de Estado, Clinton visitou mais países e encontrou mais chefes de Estado que qualquer antecessor. Mas menos conhecido é o fato de que Clinton, em cada um destes países, exigiu se encontrar com líderes de movimentos feministas e tornou a segurança econômica e física das mulheres um tema de sua agenda diplomática.
As mulheres — candidatas, colunistas, doadoras de campanha, eleitoras — terão um tremendo impacto nas próximas eleições dos Estados Unidos. Se este país está às vésperas de eleger sua primeira presidenta, os interesses econômicos das mulheres e de suas famílias deveriam ficar no centro do palco.
Dilma Rousseff não foi eleita e reeleita por ser mulher. Mas, para vencer, precisou de forte apoio das mulheres. Para garantir seus votos, defendeu uma política econômica que promoveu e protegeu a segurança econômica das mulheres e de seus filhos, não dos investidores e dos mercados.
As mulheres são maioria entre os eleitores dos Estados Unidos. Agora é hora de colocar seus interesses em primeiro plano, pelo bem da Nação.
*Heather Arnet is the CEO of the Women & Girls Foundation, Board Chair of the Ms. Foundation for Women, and Writer/Director of the documentary, “Madame Presidenta: Why Not U.S.?”

No http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/heather-arnett-dilma-venceu-por-colocar-interesses-das-mulheres-e-criancas-adiante-dos-de-investidores-e-mercado.html