BARBÁRIE EM QUEIMADAS: estupro de cinco mulheres foi armado e morte foi só queima de arquivo, diz delegada
Em 13/02/2012
A
delegada responsável pela investigação do caso, Cassandra Maria Duarte -
titular da especializada em homicídios revelou no início da tarde desta
segunda-feira (13), durante coletiva de imprensa, um fato inusitado
sobre a barbárie que foi registrada no município de Queimadas, que
deixou um saldo de cinco mulheres estupradas e duas mortas, no fim de
semana – - praticamente todos os homens que estavam presentes na festa
de aniversário onde o crime aconteceu sabiam do plano para estuprar as
mulheres .
Segundo a delegada, as investigações apontam que as duas mulheres que foram executadas reconheceram os acusados e por isso foram assassinadas brutalmente. O objetivo da ação era apenas o estupro, mas como a situação saiu do controle, duas mulheres tiveram as vidas ceifadas.
"Eles estavam encapuzados, no entanto, no momento do crime, elas reconheceram os acusados como sendo membros da família que promovia a festa. Tudo foi planejado. Os criminosos agiram sem pena. Tudo foi praticado por pura maldade. As duas mulheres mortas não eram o alvo inicial. A princípio eles queriam Pricila e Isabele" comentou Cassandra Maria. Ainda segundo a delegada, o crime teria sido armado pelo dono da festa. O plano criminoso era estuprar as mulheres e usar a casa como uma espécie de cabaré. A motivação do crime era apenas a vontade de praticar sexo proibido. As mulheres assassinadas foram executadas com disparo de pistola calibre 40, de uso exclusivo das forças armadas. Uma das vítimas, de 29 anos, foi morta em frente à igreja, no Centro da cidade, com quatro tiros, sendo dois na cabeça. Já a outra mulher, de 27 anos, foi encontrada, dentro do carro utilizado na fuga, na estrada que liga Queimadas a Fagundes. Ela foi morta com três tiros.
Dos nove acusados presos, a polícia divulgou a foto de sete envolvidos e também imagens do material apreendido com os criminosos como armas de grosso calibre, drogas e dinheiro. A maioria dos bandidos é de Campina Grande.
Entenda:
Na madrugada deste domingo (12), uma festa no município de Queimadas foi invadida por nove homens encapuzados e todas as mulheres que estavam no local foram estupradas e duas morreram com tiros à queima roupa. A tragédia aconteceu durante um aniversário, no Centro de Queimadas, há 15 km de Campina Grande, quando por volta da 0h, bandidos encapuzados e fortemente armados invadiram a comemoração - que fica na Rua César Ribeiro, nº 190 -, amarraram as 15 pessoas que estavam no local e as agrediram, além de estuprarem todas as mulheres.
Os assaltantes fugiram levando duas mulheres, R$ 5 mil do dono da residência e uma caminhonete de um participante da festa. A recepcionista Michele Domingos da Silva, 29 anos, conseguiu pular do veículo em movimento, mas os acusados pararam o carro e a executaram na lateral de uma igreja católica. Já a professora Isabela Jussara Frazão Monteiro, 27 anos, foi amarrada com algema de plástico e em seguida deixada em cima da caminhonete, sem vida.
Com informações de Simone Duarte
Segundo a delegada, as investigações apontam que as duas mulheres que foram executadas reconheceram os acusados e por isso foram assassinadas brutalmente. O objetivo da ação era apenas o estupro, mas como a situação saiu do controle, duas mulheres tiveram as vidas ceifadas.
"Eles estavam encapuzados, no entanto, no momento do crime, elas reconheceram os acusados como sendo membros da família que promovia a festa. Tudo foi planejado. Os criminosos agiram sem pena. Tudo foi praticado por pura maldade. As duas mulheres mortas não eram o alvo inicial. A princípio eles queriam Pricila e Isabele" comentou Cassandra Maria. Ainda segundo a delegada, o crime teria sido armado pelo dono da festa. O plano criminoso era estuprar as mulheres e usar a casa como uma espécie de cabaré. A motivação do crime era apenas a vontade de praticar sexo proibido. As mulheres assassinadas foram executadas com disparo de pistola calibre 40, de uso exclusivo das forças armadas. Uma das vítimas, de 29 anos, foi morta em frente à igreja, no Centro da cidade, com quatro tiros, sendo dois na cabeça. Já a outra mulher, de 27 anos, foi encontrada, dentro do carro utilizado na fuga, na estrada que liga Queimadas a Fagundes. Ela foi morta com três tiros.
Dos nove acusados presos, a polícia divulgou a foto de sete envolvidos e também imagens do material apreendido com os criminosos como armas de grosso calibre, drogas e dinheiro. A maioria dos bandidos é de Campina Grande.
Entenda:
Na madrugada deste domingo (12), uma festa no município de Queimadas foi invadida por nove homens encapuzados e todas as mulheres que estavam no local foram estupradas e duas morreram com tiros à queima roupa. A tragédia aconteceu durante um aniversário, no Centro de Queimadas, há 15 km de Campina Grande, quando por volta da 0h, bandidos encapuzados e fortemente armados invadiram a comemoração - que fica na Rua César Ribeiro, nº 190 -, amarraram as 15 pessoas que estavam no local e as agrediram, além de estuprarem todas as mulheres.
Os assaltantes fugiram levando duas mulheres, R$ 5 mil do dono da residência e uma caminhonete de um participante da festa. A recepcionista Michele Domingos da Silva, 29 anos, conseguiu pular do veículo em movimento, mas os acusados pararam o carro e a executaram na lateral de uma igreja católica. Já a professora Isabela Jussara Frazão Monteiro, 27 anos, foi amarrada com algema de plástico e em seguida deixada em cima da caminhonete, sem vida.
Com informações de Simone Duarte
No http://guiacampina.uol.com.br/deoutrossites/guia/layout.php?id=122150
ENSAIO SOBRE A BARBÁRIE
A primeira lembrança que me veio à mente ao ler as notícias do terrível caso
dos estupros coletivos como presente de aniversário em Queimadas,
Paraíba, foi um episódio que poucos sabem, porque não foi noticiado.
Aconteceu, de verdade, há três anos e meio. Uma blogueira, depois de um mês saindo com um carinha que conheceu pela internet, aceitou o convite de ir com ele pra um churrasco. Chegando no lugar, ela foi amordaçada, amarrada, e estuprada por nove homens, todos amigos do carinha com quem ela estava saindo. Ela foi abandonada no local, ainda amarrada. Acordou três dias depois, fez barulho, o vizinho ouviu e chamou a polícia. Os criminosos foram presos rapidamente; ela foi parar no hospital, e se recuperou lentamente. Não tive mais notícias.
Ontem
fui à faculdade e, no trajeto (a pé), eu estava tão revoltada com essa
barbárie de Queimadas que briguei feio com um sujeito que não respeitou a
faixa de pedestres. E isso que eu ainda não tinha lido outros detalhes do caso. Primeiro que já há dez suspeitos presos. Um deles é sobrinho do prefeito da cidade. Há indícios que os principais mentores (os irmãos, um deles o aniversariante) tinham sido assaltantes em capitais do Sudeste. E agora não são mais cinco as mulheres vítimas de estupro -– são seis. Mas o mais chocante é o que conta a delegada encarregada do caso: “Todos os homens que estavam no local sabiam do plano e iriam estuprar as outras. Eles
só não estupraram todas que estavam na casa porque foram reconhecidos e
decidiram executar as duas moças”. As sobreviventes da barbárie narram
que os homens riam do seu desespero. Do seu choro. Elas estavam amordaçadas e vendadas.
Como puderam dez homens concordar com aquilo? Tudo foi premeditado, todos eles sabiam. E concordaram. E quiseram estuprar mulheres, como se fosse um programa qualquer de fim de semana. Não pode ser que eram todos psicopatas, mas eram todos homens. E o machismo que eles compartilham é psicopata, pois transforma mulheres em coisas e faz desaparecer qualquer traço de empatia. Aqueles dez homens (entre eles, três menores de idade) não tiveram pena de violentar mulheres, ou de matar duas delas. Eles não estão arrependidos do que fizeram, só de terem sido flagrados. Como é possível?
Talvez eu seja ingênua em fazer essa pergunta. Autores de distopias (as utopias negativas, os pesadelos) não têm a menor dúvida sobre o que aconteceria se o mundo acabasse, se chegasse o apocalipse. Em O Conto da Aia (prometo que escreverei mais sobre este livro único), de Margaret Atwood, as mulheres são transformadas em prisioneiras e receptáculos de esperma. Só. No mundo que não produz mais alimentos retratado por A Estrada, de Cormac McCarthy, mulheres e crianças são literalmente comidas pelos homens. Em pouquíssimo tempo, elas já estão praticamente extintas.
E claro que, depois de pensar na blogueira estuprada por nove homens, a segunda coisa que me veio à cabeça ao ouvir sobre a barbárie de Queimadas foi o estupro coletivo de Ensaio sobre a Cegueira. No romance de José Saramago, as pessoas são tomadas por uma cegueira branca e confinadas, para que a epidemia não se espalhe. Os cegos de uma ala toda masculina conseguem recolher toda a comida que chega ao sanatório. Para reparti-la com as demais alas, eles exigem poder estuprar as mulheres. É assim que é narrada a chegada de sete mulheres à ala masculina na primeira noite do estupro:
“Já aí vêm, já aí vêm. De dentro saíram gritos, relinchos, risadas. […] Os cegos rodearam-nas, tentavam apalpá-las, mas recuaram logo, aos tropeções, quando o chefe, o que tinha a pistola, gritou, O primeiro a escolher sou eu, já sabem. […] Os cegos relincharam, deram patadas no chão, Vamos a elas que se faz tarde, berraram alguns […] Puxou para si as duas mulheres, quase se babava quando disse, Fico com estas, depois de as despachar passo-as a vocês. […] As mulheres, todas elas, já estavam a gritar, ouviam-se golpes, bofetadas, ordens, Calem-se, suas putas, estas gajas são todas iguais, sempre têm de pôr-se aos berros, Dá-lhe com força, que se calará”.
Uma das sete mulheres não retorna a sua ala com vida. E, quatro dias depois, quando os cegos vão avisar as mulheres que elas terão que voltar lá para “pagar mais impostos” em troca de comida, a narração aponta: “Do fundo da camarata, a mulher do médico disse, Já não somos sete, Fugiu alguma, perguntou a rir um do grupo, Não fugiu, morreu”.
A semelhança entre Ensaio sobre a Cegueira e a barbárie de Queimadas é assustadora. Mas uma é ficção, a outra é real. E apenas uma trata de um cenário apocalíptico de total desintegração da sociedade. Ou não.
Como puderam dez homens concordar com aquilo? Tudo foi premeditado, todos eles sabiam. E concordaram. E quiseram estuprar mulheres, como se fosse um programa qualquer de fim de semana. Não pode ser que eram todos psicopatas, mas eram todos homens. E o machismo que eles compartilham é psicopata, pois transforma mulheres em coisas e faz desaparecer qualquer traço de empatia. Aqueles dez homens (entre eles, três menores de idade) não tiveram pena de violentar mulheres, ou de matar duas delas. Eles não estão arrependidos do que fizeram, só de terem sido flagrados. Como é possível?
Talvez eu seja ingênua em fazer essa pergunta. Autores de distopias (as utopias negativas, os pesadelos) não têm a menor dúvida sobre o que aconteceria se o mundo acabasse, se chegasse o apocalipse. Em O Conto da Aia (prometo que escreverei mais sobre este livro único), de Margaret Atwood, as mulheres são transformadas em prisioneiras e receptáculos de esperma. Só. No mundo que não produz mais alimentos retratado por A Estrada, de Cormac McCarthy, mulheres e crianças são literalmente comidas pelos homens. Em pouquíssimo tempo, elas já estão praticamente extintas.
E claro que, depois de pensar na blogueira estuprada por nove homens, a segunda coisa que me veio à cabeça ao ouvir sobre a barbárie de Queimadas foi o estupro coletivo de Ensaio sobre a Cegueira. No romance de José Saramago, as pessoas são tomadas por uma cegueira branca e confinadas, para que a epidemia não se espalhe. Os cegos de uma ala toda masculina conseguem recolher toda a comida que chega ao sanatório. Para reparti-la com as demais alas, eles exigem poder estuprar as mulheres. É assim que é narrada a chegada de sete mulheres à ala masculina na primeira noite do estupro:
“Já aí vêm, já aí vêm. De dentro saíram gritos, relinchos, risadas. […] Os cegos rodearam-nas, tentavam apalpá-las, mas recuaram logo, aos tropeções, quando o chefe, o que tinha a pistola, gritou, O primeiro a escolher sou eu, já sabem. […] Os cegos relincharam, deram patadas no chão, Vamos a elas que se faz tarde, berraram alguns […] Puxou para si as duas mulheres, quase se babava quando disse, Fico com estas, depois de as despachar passo-as a vocês. […] As mulheres, todas elas, já estavam a gritar, ouviam-se golpes, bofetadas, ordens, Calem-se, suas putas, estas gajas são todas iguais, sempre têm de pôr-se aos berros, Dá-lhe com força, que se calará”.
Uma das sete mulheres não retorna a sua ala com vida. E, quatro dias depois, quando os cegos vão avisar as mulheres que elas terão que voltar lá para “pagar mais impostos” em troca de comida, a narração aponta: “Do fundo da camarata, a mulher do médico disse, Já não somos sete, Fugiu alguma, perguntou a rir um do grupo, Não fugiu, morreu”.
A semelhança entre Ensaio sobre a Cegueira e a barbárie de Queimadas é assustadora. Mas uma é ficção, a outra é real. E apenas uma trata de um cenário apocalíptico de total desintegração da sociedade. Ou não.
No http://escrevalolaescreva.blogspot.com/
2 comentários:
Sou HOMEM.
Eles são monstros, covardes, doentes que tem q pagar pelo que fizeram!!!
Não cabe mais uma cultura marchista neste mundo, sinto nojo dos bandidos q cometeram tais atrocidades.
Ao mesmo tempo, PEÇO PERDÃO ÀS FAMÍLIAS, EM NOME DO HOMENS HONRADOS, HOMENS Q TEM MÃES, FILHAS, ESPOSAS, QUE RESPEITA, QUE HONRA, QUE PROTEJE ESSES SERES DE Q TANTO A HUMANIDADE DEPENDE.
Não confundão HOMENS com monstros.
Ass. Homem
Obrigada Homem!
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