segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Millôr Fernandes: "o rabo escondido, com o gato de fora"


Rosemary achou ser a Cleópatra de si mesma

Em artigo, Ruy Castro diz que apenas Nelson Rodrigues não se espantaria como uma 'simples secretária' que nomeou pessoas para cargos tão acima de sua posição na hierarquia.
247 – E se Nelson Rodrigues ainda estivesse vivo, o que diria sobre o novo escândalo da venda de pareceres técnicos? O colunista Ruy Castro faz as interpretações e diz que Rosemary Noronha convenceu-se de que era a Cleópatra de si mesma para nomear pessoas com cargos tão acima do seu. Leia o artigo publicado no jornal "Folha de S. Paulo":
Imagens
RIO DE JANEIRO - Nelson Rodrigues deixou centenas de frases definitivas, você sabe. Mas Nelson morreu em 1980, e o mundo seguiu sem ele. Daí que, diante de algum novo escândalo nacional, sempre me perguntam o que ele diria se ainda estivesse por aqui. Respondo que esse é um tipo de suposição em que ninguém me pega -tentar adivinhar o pensamento de Nelson Rodrigues. Mas a política é dinâmica e, de repente, talvez até algumas frases de Nelson tenham de ser revistas.
Sobre Brasília, por exemplo -não a cidade, mas o poder-, ideal para o planejamento e prática de atos ao largo da nação. Em 1969, Nelson afirmou que lá "todos são inocentes e todos são cúmplices" -frase que, com a ressalva de um ou outro breve intervalo de decência, atravessou décadas e chegou até nós. Pois pode deixar de se aplicar, agora que o processo do mensalão abriu a tampa do vaso e expôs os "malfeitos" que uma rede de cúmplices produziu e deixou para trás.
Já outra antiga imagem de Nelson, adaptada ao noticiário recente, tornou-se materialmente visível: a de que a corrupção no Brasil "pinga do teto e escorre pelas paredes". Só assim Rosemary Noronha, simples secretária de certo órgão, poderia nomear pessoas para cargos tão acima de sua posição na hierarquia. O único a não se espantar com isso talvez fosse Nelson. Para ele, não havia pessoa insignificante: "O mais humilde mata-mosquito pode se julgar um Napoleão, um César, e agir de acordo".
Como tinha costas quentes, Rosemary convenceu-se de que era a Cleópatra de si mesma.
E, ao ouvir os protestos vociferados de ex-grandes nomes da política contra suas condenações, alegando uma inocência de vestais, vem-me a imagem de Millôr Fernandes: "o rabo escondido, com o gato de fora".
Muito boa mesmo, exceto por não fazer jus à inteligência e à integridade dos gatos.

No http://blogdadilma.com/index.php/brasil/1432-ser65

A escola pública anseia desesperadamente por isso: "pais mais escolarizados, com mais tempo, disposição e condições materiais para acompanhar o desenvolvimento dos filhos e participar da gestão escolar podem influenciar positivamente na escola”.


Lei de Cotas pode mudar composição social e melhorar qualidade da escola pública, avaliam especialistas

Thais Leitão e Heloisa Cristaldo,Agência Brasil

“A implementação da Lei de Cotas pode mudar “radicalmente” a composição social da escola pública brasileira, principalmente no ensino médio, e influenciar também na melhoria da qualidade do ensino na rede pública. Na avaliação do coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, “as cotas colocam a escola pública no centro do debate”.
“Acredito que em dois ou três anos já veremos um aumento no número de matrículas das elites ricas nas escolas públicas”, diz.

Pela Lei de Cotas, regulamentada em outubro pelo Decreto nº 7.824, 50% dasvagas em universidades e institutos federais serão destinadas a alunos que tenham cursado todo o ensino médio em escolas públicas. As seleções de ingresso já garantem para o próximo ano 12,5% das vagas aos estudantes da rede pública. A Lei, que tem implementação gradual, terá validade até 2022 e também considera critérios como renda familiar e raça.


A professora de políticas públicas em educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dalila Oliveira, acredita que ainda é cedo para apontar os impactos que as cotas terão na configuração da escola pública. Segundo ela, são necessários pelo menos três anos para verificar a confirmação da tendência de mais matrículas por parte da população mais rica. Caso isso ocorra, ela avalia que a qualidade do ensino nas unidades públicas pode dar um salto de qualidade.

“Por enquanto, é apenas especulação, mas caso a tendência se confirme, será um movimento favorável”, avalia. “Afinal, pais mais escolarizados, com mais tempo, disposição e condições materiais para acompanhar o desenvolvimento dos filhos e participar da gestão escolar podem influenciar positivamente na escola”, completa.

Dados da Síntese de Indicadores Sociais: Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira 2012, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última quarta-feira (28), mostram que 8,6% dos estudantes do ensino médio matriculados nas escolas da rede pública são de famílias cuja renda per capita se situa na faixa dos 20% mais ricos do país.

Na situação inversa, o índice é menor: apenas 3,8% dos estudantes de famílias pobres estudam em escolas particulares. Na rede privada, 53,2% dos estudantes do ensino médio pertencem à faixa de renda mais rica.

Além do sistema de cotas, Daniel Cara avalia que a implementação do Plano Nacional da Educação (PNE), que tramita no Senado Federal, também vai influenciar na mudança do perfil socioeconômico das matrículas na escola pública. “Em dez anos a gente deve mudar as características da educação pública e a tendência é expandir a matrícula nessa rede”, aposta Cara.

O PNE estabelece 20 metas educacionais que o país deverá atingir no prazo de dez anos. A principal delas é a que prevê um patamar mínimo de investimento em educação, a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente, os valores de investimento total em educação, em relação ao PIB, passaram de 5,8% para 6,1%, de 2010 para 2011. O investimento direto em educação em relação ao PIB subiu de 5,1% para 5,3% no mesmo período.

A professora Dalila Oliveira, que também é presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, avalia que a convivência no ambiente escolar entre crianças e adolescentes de diferentes classes sociais é enriquecedora, mas destaca a necessidade de o país continuar avançando na redução das desigualdades sociais.

Professor da Universidade de São Paulo (USP), o doutor em educação Rubens Barbosa acredita que as famílias não vão abrir mão do ensino privado, caso tenham condição financeira suficiente. Para ele, as cotas terão outro desdobramento na escola pública.

“Quem pode pagar, vai continuar pagando porque [o ensino privado] faz parte de uma opção familiar. Eu acho que o efeito mais significativo das cotas na escola pública será o estímulo a estudantes negros que, antes, sem perspectiva de acesso ao ensino superior, nem concluíam o ensino médio. Agora, muitos vão se esforçar para conseguir chegar ao fim porque sabem que têm mais chances de entrar na universidade”, avaliou.

Para ele, as cotas garantem, uma “inclusão inédita, com resgate de déficits culturais e históricos” no país.”

No http://nogueirajr.blogspot.com.br/2012/12/lei-de-cotas-pode-mudar-composicao.html#more

domingo, 2 de dezembro de 2012

O FIM da SUA INTERNET - gatos, pornografia, pirataria

"A ditadura militar, em seus longos 21 anos, não reservou-nos boas surpresas na área. Legou-nos uma universidade amordaçada, cientistas no exílio, estudantes na cadeia, professores aposentados pelo AI-5. Nada mais. Nos anos 90, com o experimento do neoliberalismo de FHC, a educação não foi vista com lentes de aumento, nem mereceu um centavo a mais, só a menos. Foi uma década infame e perdida. A história, caprichosa e pontual, em 2002 começou a mudar o seu curso com a eleição do presidente Lula e a chegada do PT ao poder. Em menos de dois anos os indicadores da educação já se apresentam mais satisfatórios. Em 2006, quando Lula é reeleito, a universidade dá sinais de revigoramento e o ensino básico já mostra outra feição. A educação, enfim, passa a ser um investimento, uma aposta, um norte, uma saudável obsessão do governo federal. "



THIETRE - RIO DE JANEIRO
No http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/2012/12/essa-e-politica-do-pt-que-imprensa-e-o.html

O PETRÓLEO É NOSSO. O PETRÓLEO É DA EDUCAÇÃO.

Delúbio Soares (*)
Dizer que a educação é o melhor investimento que um país pode fazer em benefício do seu futuro tornou-se um lugar comum, um surrado clichê. Mas nem por isso deixou ou deixará de ser a mais absoluta verdade. Uma verdade tão majestosa, tão óbvia, tamanha sua força, que deve ser sempre
repetida. Países que passaram por catástrofes, guerras civis, que protagonizaram ou se envolveram em conflitos internacionais, que se levantaram de derrotas monumentais, escolheram a educação como meio, como fim, como saída. Os Estados Unidos da América, arrasado pelo conflito do norte, avançado social e economicamente, contra um sul escravagista e empobrecido, levantou-se da Guerra da Secessão (1861-1865), investindo maciçamente na formação educacional de seus jovens, edificando escolas, inaugurando universidades. A educação uniu um povo traumatizado e serviu de base para a construção da maior das potências. Não foi diferente com o velho, dogmático e oligárquico império do sol nascente. Devastado pela derrota, pelas bombas de Hiroshima e Nagasaki, atrasado pela estrutura latifundiária dos Shoguns, o Japão nasceu como gigante econômico apoiando-se no Plano Marshall, sob o comando de McArthur, um general com visão de estadista: reforma agrária, democratização da monarquia, opção pela vocação industrialista e… EDUCAÇÃO! O resultado está aí, mais de seis décadas depois, com a grande nação que sempre surpreende o mundo por sua tecnologia sempre inovada, força econômica e sólido regime democrático. E não foi diferente quando o formidável primeiro-ministro Konrad Adenauer, renascendo a Alemanhã arrasada pela derrota depois da aventura liberticida do nazismo, fez o mesmo. Dos escombros de um povo derrotado e faminto, nasceu – em muito poucos anos, por sinal – a potência que se firmou entre as maiores economias do mundo. Quase 20% de todo o orçamento do país que se reconstruía era direcionado à educação. Aos que crêem que apostar na educação é um bom investimento, a Alemanha em muito poucos anos respondeu afirmativamente.Não há progresso econômico, nem desenvolvimento social, nem perenidade democrática, muito menos instituições duradouras e respeitáveis, se a base educacional de um país não for rigorosamente sólida. A educação não é a base de tudo: a educação é “apenas” tudo. O Brasil, mais poderoso país da América Latina e uma das seis maiores economias do planeta, ainda se ressente de certas contradições. Uruguai, Argentina e o Chile, por exemplo, exibem alguns indicadores educacionais mais expressivos do que os nossos. Da alfabetização à universidade, dos bolsistas no exterior aos que cursam a pós-graduação ou fazem o mestrado. Como isso pode ocorrer? São países menores, menos ricos em suas dotações naturais e em suas estruturas econômicas. Mas, ocorre, sim. É que apostaram com mais vigor na educação de seus filhos, investiram mais, se preocuparam mais com a formação cultural e escolar de suas populações. Bom exemplo para nós, mas um sinal de alerta que não pode ser ignorado. As iniciativas na área da educação no Brasil, ao longo de décadas, não deixaram de ser louváveis e devem merecer registro histórico. Foram isoladas, é verdade, mas aconteceram. Desde a preocupação de Pedro II com a formação universitária de nossos jovens, dotando o Brasil de uma base de profissionais com boa formação, até o apoio do governo autoritário de Getúlio Vargas ao trabalho de brasileiros geniais como Oscar Niemeyer (arquitetura), Heitor Villa-Lobos (música), Cândido Portinari (artes plásticas). Ai se definiu um formidável padrão estético para nossa cultura, já sacudida pela Semana de Arte Moderna de 1922. Nos anos 50 um baiano de larga visão, o reitor da UFBA professor Edgard Santos, reúne em Salvador renomados mestres brasileiros e europeus, da arquitetura à música, da medicina à engenharia, e dá largada à formação de gerações brilhantes de baianos que bebiam na fonte do ensino mais moderno e avançado, no primeiro e mais vigoroso experimento de fazer da educação um caminho seguro e rico para o futuro do país. Na Bahia dos anos 50, sob o comando de um príncipe da elite local, surgiu nossa mais revolucionária universidade!O inesquecível Paulo Freire, com a pedagogia aplicada na alfabetização do povo, e o mestre Anísio Teixeira, revolucionando o ensino básico com suas escolas-parque e seu talento a serviço da educação e da liberdade, foram operários na construção desse país culto, sábio, letrado, democrático e exitoso que todos sonhamos. Seus ensinamentos, livros, iniciativas, continuam sendo aplicadas, atemporais e brilhantes. A ditadura militar, em seus longos 21 anos, não reservou-nos boas surpresas na área. Legou-nos uma universidade amordaçada, cientistas no exílio, estudantes na cadeia, professores aposentados pelo AI-5. Nada mais. Nos anos 90, com o experimento do neoliberalismo de FHC, a educação não foi vista com lentes de aumento, nem mereceu um centavo a mais, só a menos. Foi uma década infame e perdida. A história, caprichosa e pontual, em 2002 começou a mudar o seu curso com a eleição do presidente Lula e a chegada do PT ao poder. Em menos de dois anos os indicadores da educação já se apresentam mais satisfatórios. Em 2006, quando Lula é reeleito, a universidade dá sinais de revigoramento e o ensino básico já mostra outra feição. A educação, enfim, passa a ser um investimento, uma aposta, um norte, uma saudável obsessão do governo federal. Com os programas sociais, o país muda. A perversão de certa elite, que se mostrava indiferente diante da fome de milhões de irmãos brasileiros, é enfrentada pelo Fome Zero. As correntes que trancavam os portais de nossas universidades aos negros, aos pobres e aos indígenas, são rompidas. O fosso que separava o saber da cidadania, é aterrado pela política de cotas, não sem o protesto estridente, racista, soturno, de supostos intelectuais, da mídia conservadora, dos que passaram a dividir o espaço universitário com os filhos do Brasil profundo, sofrido e verdadeiro. A decisão da presidente Dilma de destinar recursos da produção petroleira para a educação pública é uma das mais importantes ações de governo em todos os tempos. Dilma não fez política, fez história.Os operários e engenheiros da Petrobrás, isolados nas plataformas oceânicas de exploração petrolífera, tem agora um motivo extra para continuar trabalhando pela riqueza de nossa Pátria: cada barril de nosso petróleo terá muito mais valor do que antes, pois agora financiam a formação do Brasil que nós sempre sonhamos. O petróleo é nosso. O petróleo é da educação. (*) Delúbio Soares é professor www.delubio.com.br

No http://blogdadilma.com/index.php/politica/1448-o-petroleo-e-nosso-o-petroleo-e-da-educacao

sábado, 1 de dezembro de 2012

Aécio e o PSDB pensam que somos otárias: "Só não falaram claramente que a campanha contras as mudanças, que partiu do mercado financeiro e depois engrossou com as declarações dos porta-vozes das empresas dos governos de São Paulo, Paraná e Minas gerais – respectivamente, Cesp, Copel e Cemig. Casualmente, são todos do PSDB. Isso é só um detalhe, assim como chegar em 2014, na próxima eleição, com os preços das tarifas de luz, reduzidos em 20%."



O mundo cão baixou nas elétricas

Massacre, terremoto, efeitos devastadores, clima tenso, iminência de explodir, campo minado, mercado órfão, situação pré-falência. Estas são algumas das expressões usadas durante o mês de novembro para definir a situação da Medida Provisória 579, relacionada à renovação de contratos com as empresas elétricas e a redução das tarifas da conta de luz de consumidores residenciais, comerciais e industriais. O artigo é de Najar Tubino.

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Massacre, terremoto, efeitos devastadores, clima tenso, iminência de explodir, campo minado, mercado órfão, situação pré-falência. Estas são algumas das expressões usadas durante o mês de novembro para definir a situação da Medida Provisória 579, relacionada à renovação de contratos com as empresas elétricas e a redução das tarifas da conta de luz de consumidores residenciais, comerciais e industriais. Por isso, resolvi me adequar ao estilo, embora as expressões citadas fossem publicadas no jornal Valor, o braço econômico das Organizações Globo e da Folha de São Paulo. Também posso falar em braço, porque é desse jornal, que saem as centenas de páginas de publicidade – custo mínimo de R$130 mil – e dos relatórios contábeis das maiores empresas brasileiras. E é claro, nas mesmas páginas estão impressas as opiniões e análises dos segmentos da economia, principalmente do mercado financeiro.

A novela é sempre a mesma. Sai uma medida, vamos dizer, “contra” o mercado financeiro, como foi a redução dos juros, onde os analistas foram surpreendidos, e logo em seguida, entra uma avalanche de informações artigos e declarações de especialistas. Normalmente, economistas de corretoras ou de consultorias. Costumo ler esse jornal muito atentamente. E acompanhei o roteiro da destruição, ou da tentativa, de minar a MP 579.

Vamos aos fatos. Há dois anos a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) vem discutindo com os agentes do setor, como eles dizem, as mudanças na definição das tarifas de eletricidade. Também anualmente a mesma ANEEL publica os números da depreciação dos ativos, na linguagem econômica, que estão em poder das concessionárias, conforme contratos assinados há décadas – na média 30 anos.Parte deles, vencerão em 2015 e outra em 2017. Isso vale para geradoras, administram as hidrelétricas, térmicas ou eólicas, não interessa a fonte; as transmissoras que são responsáveis pela rede de linhas – o que não é pouco, mais de 98 mil km -, subestações, e por fim, as distribuidoras, mais regionalmente, levam à luz aos mais diferentes locais, sejam residências, indústrias ou comércio.

O que será renovado: 58 geradoras, com capacidade para 21,5 mil MW – 20% do mercado -, 73 mil km de linhas, ao redor de 83% da rede básica do Sistema Integrado Nacional e 30% do mercado das distribuidoras, contratos de 41 empresas. O prazo para reonovação, para quem aceitar a proposta é quatro de dezembro. Desse total, 67% da geração está sob administração da Eletrobras, no caso das linhas de transmissão 62% e 25% da distribuição. A Eletrobras é uma empresa de economia mista, com ações nas bolsas de São Paulo, N. York e Madri, e conta com 60% do mercado de geração e 40% de transmissão. Ou seja, ela domina o mercado. O governo federal tem 58% das ações, incluindo uma parte do BNDES, mas o banco JP Morgan tem cerca de 8% do capital votante. 

Também tem o fundo norueguês Skagen, que tem cerca de 1% em ações ordinárias e 17,5% das preferenciais, e diz ter quase três bilhões de reais investidos no Brasil. 

Aliás, do porta-voz desse fundo, partiu uma declaração das mais histéricas e demonstrativas do poder europeu, sobre os coitados dos tupiniquins, metidos a emergentes:

“- Nós temos condições financeiras de levarmos esse processo para a justiça. Isso está transformando o Brasil em uma Argentina, é o que mais se comenta no mercado. Estão querendo nacionalizar o setor”.

No início do ano, as posições do fundo Skagen na Bolsa de São Paulo valiam R$1,3 bi e em novembro estavam em R$730 milhões. Na seção “histéricos” poderíamos incluir uma conhecida comentarista econômica nacional, que escreveu:

- A Eletrobras já perdeu 70% do seu patrimônio e corre o risco de default.”
Para quem não sabe o patrimônio da Eletrobras envolve 30 usinas hidrelétricas, 15 termelétricas, duas nucleares, 190 subestações e quase 60 mil km de linhas de transmissão. Além disso, tem metade de Itaipu – corresponde a uma hidrelétrica de quase sete mil MW – e suas controladas, possuem outro tanto, como a Chesf, a Eletronorte, Eletrosul, Companhia de Geração Térmica de Energia (CGTEE) e mais seis distribuidoras. Que é a parte “menos nobre”, porque são deficitárias – incluem empresas nos estados de Alagoas, Piauí, Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Está para comprar 50% da distribuidora de Goiás.

Então, sinceramente, um patrimônio desses desaparecerá no mercado, porque os analistas dos bancos de investimentos definiram que os preços das ações não correspondem mais ao valor de mercado. Aqui começa a seção “massacre das elétricas”, uma das dezenas de matérias publicadas no Valor. Em primeiro lugar, as ações dessas empresas são consideradas “defensivas”, àquelas que não custam muito caro, não tem rali nos preços, mas pagam polpudos dividendos no final do ano – é o lucro da empresa repartido com os acionistas. Por lei, quem participa da Bovespa, tem que distribuir 25% dos lucros. Mas as elétricas, generosas e preocupadas com seus acionistas, distribuíam mais de 90% dos lucros – caso da Eletropaulo.

Quem são os analistas citados. Os representantes dos bancões americanos ou ingleses, os mesmos da crise de 2008, que vendiam mansão para mendigo e davam o troco, e reempacotavam os títulos e vendiam aos fundos de todos os tipos espalhados pelo mundo, com grandes retornos. É o caso do Goldman Sachs, JP Morgan, Barclays. Este último, o analista de plantão estabeleceu o preço das ações da Eletrobras em R$1, o preço-alvo, como eles chamam. O Itaú foi mais comedido fixou em R$8. Quase no final de novembro, as ordinárias com direito a vota estavam em R$9,69. A empresa tinha “perdido” mais da metade de seu patrimônio – de R$26 bi para R$11,6 bi. 

Vamos ver o que pensa o investidor Luiz Barsi Filho, de 73 anos, citado pelo próprio mercado como um especialista, que já fez fortuna na bolsa e vive de dividendos.

“-Um país não pode deixar de investir no setor de energia se quiser ter uma visão de desenvolvimento. As controvérsias não foram resolvidas e as elétricas vão continuar sofrendo. Mas isso pode significar uma oportunidade de investimento magnífica. Estou aproveitando para comprar mais”.

Não foi somente ele. Muitos bancos emitiam recomendações de venda, e na outra ponta, compravam as mesmas ações. Mas essa também é velha e ultrapassada. Resolvi conferir algumas análises feitas pelos mesmos analistas em 2010 e 2011. Informações que estão nas páginas dos veículos econômicos. Uma delas, da Exame, do Grupo Abril, comentando uma lista de 12 empresas que mais pagam dividendos na bolsa, produzida pela consultoria Economática, onde trabalha um ex-presidente do Banco Central, muito conhecido na área.

- Entre as mais generosas na distribuição de lucros nos últimos cinco anos, 75% pertencem ao setor elétrico – das 12 citadas. Encabeçando a lista aparece o papel da Eletropaulo, com “dividend yield” médio de 19,4% de 2007 para cá. Significa que quem investiu na ação levou para casa um retorno de quase 20% ao ano. Empresas como Celpe (Pernambuco), Elektro, Coelce (Ceará), Taesa (controlada pela Cemig) engrossam a lista”.

Os motivos de tanta generosidade? “Depois de terem instalado suas infraestruturas, elas conseguem prover o serviço por décadas a fio sem a necessidade de grandes investimentos. Elas também se protegem da inflação, já que a conta de luz, não deixa de ser reajustada com o aumento dos preços da economia. Com geração de caixa constante, as companhias veem na divisão dos lucros uma forma de manterem os acionistas interessados nos papeis”, continua o mesmo texto. Outra recomendação no site Pequeno Investidor:

-“As empresas de energia elétrica podem fazer bons pagamentos porque o setor não precisa usar parte do faturamento para planos de expansão. Elas têm fluxo de caixa estável e deve permanecer assim pelos próximos anos”.

O lucro das maiores do setor, inclui grupos multinacionais, como GDF Suez, Iberdrola, AES Corporation, Endesa, foi de US$7,5 bi em 2009. Ele cresceu 230% de 2003 a 2009. A Cemig, considerada a “mais alinhada como mercado”, controlada pelo governo mineiro, com acionistas, entre milhares, como a própria AES e a Andrade Gutierrez, teve um lucro líquido de R$2,4 bilhões em 2011, considerado um ano histórico em faturamento – R$5,4 bilhões. Distribuiu mais de dois bilhões de reais em dividendos. A Eletrobras foi mal no 3º trimestre de 2012, mas lucrou R$1 bi, 24% menos, no mesmo período do ano passado. A Neoenergia lucrou R$300 milhões no 3º trimestre de 2012 – essa é uma sociedade da Iberdrola com a Previ e o Banco do Brasil. O lucro da Cemig no mesmo 3º trimestre foi de R$937 milhões.

Aí no meio dessa generosidade e de lucros milionários, vem o governo federal querendo reduzir a tarifa em 20% nas contas de luz de 2013. E cortar o faturamento de geradoras e transmissoras – as regras para as distribuidoras sairão em março de 2013 – com a redução do preço fixado para operação e manutenção. Pelos cálculos da Empresa Pesquisa Energética (EPE) deve cair de R$90 para cerca de R$23 pelo megawatt hora. É uma loucura e tanto. E, além disso, deslanchar a economia brasileira, pois as empresas pagarão menos por um dos insumos mais importantes. Entrarão no mercado R$24 bilhões ao ano, como divulgou a Fiesp. 

Porém, o discurso do “mercado” não é esse. As elétricas, como a Eletrobras, não conseguirão manter os investimentos – nesse caso de 10 a 12 bilhões de reais. Incluem as maiores hidrelétricas que estão em construção, como Jirau, Santo Antônio e Belo Monte. O BNDES não vai receber R$24 bilhões que tem em financiamentos . Quem lidera o consórcio de Jirau, por exemplo, é o grupo belga GDF Suez. A garantia do pagamento dos financiamentos é a própria receita das usinas. Mas tem mais. É uma estratégia para conter a inflação em 2013, ajudar o Banco Central e não elevar os juros. Só não falaram claramente que a campanha contras as mudanças, que partiu do mercado financeiro e depois engrossou com as declarações dos porta-vozes das empresas dos governos de São Paulo, Paraná e Minas gerais – respectivamente, Cesp, Copel e Cemig. 

Casualmente, são todos do PSDB. Isso é só um detalhe, assim como chegar em 2014, na próxima eleição, com os preços das tarifas de luz, reduzidos em 20%.

“- Atenção povo brasileiro, o governo quer reduzir os preços da conta de luz, mas tem gente que é contra.”

A FIESP publicou anúncio de página inteira para colocar a questão. Afinal, a média de idade das usinas que deverão renovar contratos – 109 – é de 56 anos. Já ganharam o suficiente, e a maioria irá para a terceira fase de concessão. Na visão de alguém bem posicionado, como o industrial Jorge Johannpeter Gerdau, presidente da Câmara de Produtividade do governo federal:

“- Muitas usinas já foram amortizadas duas vezes com dinheiro público. Não é possível que a população pague mais uma amortização. Agora, em termos de mercado de capitais o pessoal achava que iria continuar para o resto da vida com os contratos”.

A choradeira principal é pela indenização. O governo federal fixou em R$20 bilhões, sendo que a Eletrobras teria direito a R$14,5 bilhões. A Cesp quer R$8 a R$9 bilhões. A proposta é R$1 bi. Para a Cemig são R$250 milhões. Márcio Zimmermann, ministro interino de Minas e Energia foi dar explicações e rebater o mercado e as concessionárias.

Entre outras coisas disse: o custo de uma hidrelétrica nova, de 500MW, por exemplo, é de R$3 por megawatt hora. O número de operários que trabalha caiu de 100 para 10. A atual remuneração das concessionárias, que tiveram o investimento amortizado, quase em sua totalidade, criou uma zona de conforto, que não é interessante para o setor. E perguntou: quantas usinas eles fizeram nos últimos 15, 20 anos? Três usinas da Cemig, que diz que n ao vai renovar os contratos, em 20 anos, com a mesma tarifa, e um faturamento de R$1,5 bi, garantiria um caixa de R$30 bi em 20 anos, afirmou Márcio Zimmermann.

Mas ainda tem o outro lado da novela. A perda de energia no Brasil, incluindo os três segmentos responsáveis, é de 20,38%. Está num trabalho que o Tribunal de Contas da União fez em 2004, e é citado num trabalho recente sobre a energia elétrica no Brasil apresentado pelo ISA, Greenpeace Brasil, Amigos da Terra e pesquisadores ligados ao Instituto Politécnico da USP e ao INPA.Na Argentina as perdas são de 9,9%, no Chile 5,6%, no Peru 9,3%. Na União Europeia a média é de 7%, sem contar a Alemanha que é de 3,4%.

Também li o relatório da ANEEL de prestação de contas de 2011. Os técnicos da agência realizaram 109 fiscalizações dos serviços de transmissão, em lugar das 50 programadas e 256 fiscalizações em lugar das 180 programadas, porque ocorreram vários desligamentos não programados e de longa duração. Um trecho do relatório:

“- O ano de 2011 foi de intenso trabalho para a fiscalização, sobrecarregada em razão da ocorrência de vários desligamentos não programados e de longa duração, que ocorreram no SIN atingindo toda a região nordeste, envolvendo a cidade do Rio de Janeiro e a região metropolitana de São Paulo. Em 2011, o consumidor ficou em média 18horas e 24 minutos sem energia, ultrapassou o limite de 16,23 horas.”

Em 2012 foram quatro apagões seguidos, os últimos em outubro. Um deles, na área da Cemig, o funcionário “esqueceu” de religar a chave de um equipamento. O Ministério de Minas e Energia mandou fazer um pente fino no sistema, que está em vigor.

Quer dizer, deitado em berço esplêndido, caindo o dinheiro na conta dos acionistas, receita garantida por 30 anos – não vou nem comentar a parte ambiental -, deve ser uma prévia do paraíso. Entretanto, analistas de mercado e gestores de fundos – também tem uma parcela de ações das elétricas – não se preocupem, porque uma nova geração de “empresas defensivas” na bolsa já está sendo articulada. E isso é uma péssima notícia para consumidores de São Paulo, Minas e Paraná – novamente a coincidência. São as empresas de saneamento, como a Sabesp e a Copasa, de SP e PR, respectivamente. As agências reguladoras estaduais estão definindo o índice de aumento das tarifas. A corretora J. Safra, por exemplo, está apostando em 13% de aumento. Mas o Citi chutou o balde: 18,2% de aumento.

Como resume bem a análise de Alexandre Montes, da Lopes Filho & Associados.

“- O setor elétrico deixou o mercado de certa forma órfão, porque ele não é mais considerado um segmento contra o risco, e as empresas de saneamento podem ocupar este espaço.”

Mas o analista Sérgio Tamashiro, da J. Safra, foi fundo na questão:

“- O reajuste não é um fator inibidor de consumo no saneamento e se for elevado será bom para as ações da Sabesp, porque garante a maior tarifa e maior é a rentabilidade”.

As ações da Sabesp acumularam alta até o meio de novembro deste ano de 72%, cotadas a R$ 86,00. Onze corretoras têm recomendação de compra. Não é uma maravilha esse mercado financeiro. Só para lembrar. A Apple, maior empresa do mundo em valor de mercado, nunca pagou dividendo. O Jobs sempre foi contra.

(*) Jornalista
No http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21344

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Patética, ridícula, insignificante


Nada como a internet para a verdade vir à tona. Essa é uma legítima representante da nossa 'elite', a mais atrasada e racista da face da Terra, que sempre detestou o povo brasileiro. Era essa gente que comandava o Brasil e pretendia nos escravizar para todo o sempre, mas Lula chegou e, por isso, eles têm esse ódio mortal pelo "Nosso Guia".

247 - Em Tóquio, presidentes de empresas varrem a calçada das ruas onde moram. Em Manhattan, banqueiros usam o metrô para ir ao trabalho. Em Berlim, cada vez mais, os ricos rejeitam ser proprietários. Em Paris, o que distingue a elite é o conhecimento. No Brasil, no entanto, aqueles que estão no topo da pirâmide precisam ser diferentes, especiais, exclusivos, aristocráticos. Prova disso é o artigo de Danuza Leão, publicado neste domingo, na Folha de S. Paulo. Ela afirma que ser rico perdeu a graça, porque hoje, numa ida a Paris ou Nova York, periga-se dar de cara com o porteiro do seu prédio. Resumindo, o que a elite brasileira mais deseja é a desigualdade ou a volta aos tempos de casa grande e senzala. Leia: 
Ser especial
Danuza Leão
Afinal, qual a graça de ter muito dinheiro? Quanto mais coisas se tem, mais se quer ter e os desejos e anseios vão mudando --e aumentando-- a cada dia, só que a coisa não é assim tão simples. Bom mesmo é possuir coisas exclusivas, a que só nós temos acesso; se todo mundo fosse rico, a vida seria um tédio.
Um homem que começa do nada, por exemplo: no início de sua vida, ter um apartamento era uma ambição quase impossível de alcançar; mas, agora, cheio de sucesso, se você falar que está pensando em comprar um com menos de 800 metros quadrados, piscina, sauna e churrasqueira, ele vai olhar para você com o maior desprezo --isso se olhar.
Vai longe o tempo do primeiro fusquinha comprado com o maior sacrifício; agora, se não for um importado, com televisão, bar e computador, não interessa --e só tem graça se for o único a ter o brinquedinho. Somos todos verdadeiras crianças, e só queremos ser únicos, especiais e raros; simples, não?
Queremos todas as brincadeirinhas eletrônicas, que acabaram de ser lançadas, mas qual a graça, se até o vizinho tiver as mesmas? O problema é: como se diferenciar do resto da humanidade, se todos têm acesso a absolutamente tudo, pagando módicas prestações mensais?
As viagens, por exemplo: já se foi o tempo em que ir a Paris era só para alguns; hoje, ninguém quer ouvir o relato da subida do Nilo, do passeio de balão pelo deserto ou ver as fotos da viagem --e se for o vídeo, pior ainda-- de quem foi às muralhas da China. Ir a Nova York ver os musicais da Broadway já teve sua graça, mas, por R$ 50 mensais, o porteiro do prédio também pode ir, então qual a graça? Enfrentar 12 horas de avião para chegar a Paris, entrar nas perfumarias que dão 40% de desconto, com vendedoras falando português e onde você só encontra brasileiros --não é melhor ficar por aqui mesmo?
Viajar ficou banal e a pergunta é: o que se pode fazer de diferente, original, para deslumbrar os amigos e mostrar que se é um ser raro, com imaginação e criatividade, diferente do resto da humanidade?
Até outro dia causava um certo frisson ter um jatinho para viagens mais longas e um helicóptero para chegar a Petrópolis ou Angra sem passar pelo desconforto dos congestionamentos.
Mas hoje esses pequenos objetos de desejo ficaram tão banais que só podem deslumbrar uma menina modesta que ainda não passou dos 18. A não ser, talvez, que o interior do jatinho seja feito de couro de cobra --talvez.
É claro que ficar rico deve ser muito bom, mas algumas coisas os ricos perdem quando chegam lá. Maracanã nunca mais, Carnaval também não, e ver os fogos do dia 31 na praia de Copacabana, nem pensar. Se todos têm acesso a esses prazeres, eles passam a não ter mais graça.
Seguindo esse raciocínio, subir o Champs Elysées numa linda tarde de primavera, junto a milhares de turistas tendo as mesmas visões de beleza, é de uma banalidade insuportável. Não importa estar no lugar mais bonito do mundo; o que interessa é saber que só poucos, como você, podem desfrutar do mesmo encantamento.
Quando se chega a esse ponto, a vida fica difícil. Ir para o Caribe não dá, porque as praias estão infestadas de turistas --assim como Nova York, Londres e Paris; e como no Nordeste só tem alemães e japoneses, chega-se à conclusão de que o mundo está ficando pequeno.
Para os muito exigentes, passa a existir uma única solução: trancar-se em casa com um livro, uma enorme caixa de chocolates --sem medo de engordar--, o ar-condicionado ligado, a televisão desligada, e sozinha.
E quer saber? Se o livro for mesmo bom, não tem nada melhor na vida.
Quase nada, digamos.

Mas que cara de pau, hein, Álvaro Dias?!

É possível sim a redução da tarifa de energia. Veja "As discussões sobre o modelo elétrico", texto de Luis Nassif e saiba porque.


Economia

Luis Nassif

Coluna Econômica3

As discussões sobre o modelo elétrico

A discussão econômica brasileira é frequentemente contaminada por visões ideológicas da pior espécie. É o caso atual da discussão sobre as novas regras do setor elétrico.
Para entender a lógica:
No modelo que vigorava desde os anos 50, o valor da tarifa era composto por uma série de alíquotas, das quais uma representava o custo da amortização do investimento. Terminado o período de concessão, considerava-se o investimento amortizado e os ativos voltavam para a União – que poderia licitá-los novamente.
Com isso o país dispunha de energia abundante e competitiva. Quanto mais velho ficava o parque gerador, mais barata ficava a energia.
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No desastroso modelo implementado na era FHC, decidiu-se liberar os preços da energia. A mudança baseou-se em um estudo da Coopers, tomando por base o modelo inglês, e sem atentar para as características de integração do modelo brasileiro.
Da noite para o dia, todo o estoque de energia barata tornou-se caro, matando um dos grandes fatores de competitividade. Deu-se um prazo para que empresas de  energia – muitas das quais estatais como a Chesf e a Cemig – pudessem jogar toda a energia produzida a preços de mercado. E, para estimular os investidores internacionais, os preços de mercado teriam que se balizar pelos preços internacionais.
Sobre essas tarifas, há uma enorme carga tributária, devido à Constituição de 1988 que jogou a receita dos estados no ICMS de energia e telecomunicações.
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Na reforma posterior, conduzida pela então Ministra das Minas e Energia Dilma Rousseff, criaram-se regras visando reduzir as tarifas, mas incidindo sobre a energia nova, que seria vendida em contratos de longo prazo.
Mesmo assim,  os custo do sistema ficaram sobrecarregados pelo estoque de energia velha, das usinas licitadas e ainda no prazo de concessão.
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Agora, com parte das concessões vencendo, o governo decidiu que, na nova licitação, ao invés da chamada “concessão onerosa” (pela qual o concessionário paga na frente pela concessão), se utilizaria a modalidade de pagamento pelo gerenciamento e pela manutenção da usina.
Não haverá quebra de contrato, nem prejuízo de investimentos – já que são usinas prontas e amortizadas.
No caso das concessões que vencerão nos próximos dois anos, decidiu-se propor aos concessionários o pagamento antecipado da concessão, para que em janeiro já se possa incorporar energia barata dessas usinas ao custo total do sistema.
A única discussão é sobre o valor da indenização. Chegando-se ao preço justo, não haverá nenhuma implicação sobre investimentos no setor.
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Argumenta-se que, sem a rentabilidade adicional proporcionada por usinas já amortizadas, geradoras perderiam capacidade de investimento. Trata-se de uma falácia.
Os investimentos em nova geração são financiados através de planos de investimentos que levam em conta o fluxo futuro de recebimentos. Nos leilões de energia, vendem-se contratos de longo prazo. Com base nesses contratos, os geradores ou tomam recursos no mercado ou se financiam junto ao BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

No http://www.cartacapital.com.br/economia/as-discussoes-sobre-o-modelo-eletrico/

domingo, 25 de novembro de 2012

Aécio é contra a redução na conta de luz porque diminui os lucros distribuídos pela CEMIG aos acionistas privados.

Empresários denunciam Aécio por sabotar redução na conta de luz




http://www.fiesp.com.br/wp-content/uploads/2012/11/450x275mm.pdf

A FIESP (Federação da Indústrias de São Paulo) finalmente iniciou uma campanha publicitária na imprensa para cobrar de senadores e deputados a aprovação da Medida Provisória da presidenta Dilma para diminuir a conta de luz. Apesar de não citar nomes, o alvo principal do anúncio tem nome e endereço: o senador Aécio Neves (PSDB/MG). O tucano é o principal lobista contra a redução na conta de luz, porque diminui os lucros distribuídos pela CEMIG aos acionistas privados com quem ele tem o rabo preso por compromissos. A campanha publicitária iniciou após a presidenta Dilma chamar as falas a FIESP. Os empresários reclamavam que o custo da energia elétrica no Brasil estava prejudicando a competitividade da indústria nacional. Dilma montou o marco regulatório da renovação antecipada da concessão das usinas hidrelétricas que estão vencendo, de forma a reduzir a tarifa. Passou a enfrentar resistência de parlamentares ligados as empresas geradoras de eletricidade, a maioria estatais sob controle de governadores tucanos. Os empresários da indústria, os maiores beneficiados, estavam quietos, diferente do que fizeram na época da CPMF. Com a pressão da Presidenta, se mexeram.

http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/
No http://blogdadilma.com/index.php/politica/1360-empresarios-denunciam-aecio-por-sabotar-reducao-na-conta-de-luz