segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Sob a luz do artigo de Luiz Carlos Bresser Pereira, Ex-ministro de FHC, 2012 nos deixa uma grande reflexão.



O mensalão, as elites e o povo
Depois do fracasso da aventura neoliberal, as elites se prendem ao velho moralismo liberal
O fato político de 2012 foi o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal do processo do mensalão e a condenação a longos anos de prisão de três líderes do Partido dos Trabalhadores com um currículo respeitável de contribuições ao país.
O que significou, afinal, esse julgamento? O início de uma nova era na luta contra a corrupção no Brasil, como afirmaram com tanta ênfase elites conservadoras, ou, antes, um momento em que essas elites lograram afinal impor uma derrota a um partido político que vem governando o país há dez anos com êxito?
Havia um fato inegável a alimentar o processo e suas consequências políticas. O malfeito, a compra de deputados e o uso indevido do dinheiro público existiram. Mas também é inegável que, em relação aos três principais líderes políticos condenados, não havia provas suficientes -provas que o direito penal brasileiro sempre exigiu para condenar. O STF foi obrigado a se valer de um princípio jurídico novo, o domínio do fato, para chegar às suas conclusões.
Se, de fato, o julgamento do mensalão representou grande avanço na luta pela moralidade pública, como se afirma, isso significará que a Justiça brasileira passará agora a condenar dirigentes políticos e empresariais cujos subordinados ou gerentes tenham se envolvido em corrupção. Acontecerá isso? Não creio.
Como explicar que esse julgamento tenha se constituído em um acontecimento midiático que o privou da serenidade pública necessária à justiça? Por que transformou seu relator em um possível candidato à Presidência (aquele, na oposição, com maior intenções de votos segundo o Datafolha)? E por que, não obstante sua repercussão pública, o Datafolha verificou que, se a eleição presidencial fosse hoje, tanto Dilma Rousseff quanto o ex-presidente Lula se elegeriam no primeiro turno?
Para responder a essas perguntas é preciso considerar que elites e povo têm visão diferente sobre a moralidade pública no capitalismo.
Enquanto classes dominantes adotam uma permanente retórica moralizante, pobres ou menos educados são mais realistas. Sabem que as sociedades modernas são dominadas pela mercadoria e pelo dinheiro.
Ou, em outras palavras, que o capitalismo é intrinsecamente uma forma de organização econômica onde a corrupção está em toda parte. O Datafolha nos ajuda novamente: para 76% dos brasileiros existe corrupção nas obras da Copa.
Hoje, depois do fracasso da aventura neoliberal no mundo, as elites, inclusive a classe média tradicional, estão desprovidas de qualquer projeto político digno desse nome e se prendem ao velho moralismo liberal.
Já os pobres, pragmáticos, votam em quem acreditam que defende seus interesses. Não acreditam que elites e o país se moralizarão, mas, valendo-se da democracia pela qual tanto lutaram, votam nos candidatos que lhes inspiram mais confiança.
Não concluo que a luta contra a corrupção seja inglória. Ela é necessária, e sabemos que quanto mais desenvolvido, igualitário e democrático for um país, mais altos serão seus padrões morais. Terem havido condenações no julgamento do mensalão representou avanço nessa direção, mas ele ficou prejudicado porque faltou serenidade para identificar crimes e estabelecer penas.

Feliz 2013! Que, ao erguer a taça da celebração, na passagem para o Novo Ano, ela esteja transbordando de sabedoria, para que seu coração lhe conduza por um caminho de paz, saúde e muitas felicidades!



Leonardo da Vinci nos ensina que:

 "pouco conhecimento
 faz com que as pessoas se sintam orgulhosas.
 Muito conhecimento,
 que se sintam humildes.
 É assim que as espigas sem grãos
 erguem desdenhosamente a cabeça para o céu,
 enquanto que as cheias 
as abaixam para a terra, sua mãe"


Ah! Um último pedido para o bom velhinho...

"se Cachoeira e a linda Vanessa não devolverem o que arrancaram roubando de muitas crianças, viúvas, trabalhadores e de quem iludiu com falsas esperanças através da jogatina da qual era proprietário, seu casamento não passa de barata palhaçada e seu amor não ultrapassa a linha putrefata do pocilga dos que emporcalham nossas vidas com sua burguesia pecaminosa e suja."





Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano.

Meu querido casal Darcy e Maria

Tu sabes Darci, que tenho grande estima por vocês e que admiro muito a luta, as vidas e as conquistas de vocês. Naturalmente sou facilmente simpatizante dos trabalhadores. Vocês são trabalhador e trabalhadora. Esperaste te aposentar, ainda jovem, como metalúrgico, para logo ingressar no curso superior de história, aí em Caxias do Sul – RS. E tu, Maria, atuando como guarda municipal ainda fazias o curso de Serviço Social, se não me falha a memória, na mesma universidade onde estudava o Darci. Sou muito agradecido a vocês pelo apoio que me deram quando trabalhava numa paróquia ai nesta cidade. 

Pois bem, meu casalzinho amado, aqui em Goiânia é muito comentado o casamento Carlos Cachoeira com Andressa Mendonça, realizado ontem nesta capital. Em termos do grande público consta que foram convidas apenas 50 pessoas mais íntimas do casal. Mas a curiosidade foi grande. Alguns sites noticiaram o fato social, embora sua irrelevância. A Tv Anhanguera, afilhada da Globo, noticiou o casamento dos famosos. Enquanto almoçava num restaurante hoje acompanhei a matéria detalhada que a TV de Edir Macedo aqui realizou. Observei que todos os clientes atentaram para os vários televisores telas planas que mostravam fotos e vídeos do casal. A noiva Vanessa realmente estava muito bonita. Ela é inegavelmente uma mulher muito bonita, vestida em roupas muito caras e refinadas, bem ao gosto da burguesia decadente. Tive a impressão de que as notícias foram compradas por Cachoeira, que mandava na Revista Veja e no governador de Goiás, que o povo aqui chama de “vice” do Cachoeira, sendo este considerado o governador de fato. 

Novamente, Darci e Maria, interesso-me discutir o sentido do casamento e do que seja o amor para pessoas como Andressa e Carlos Cachoeira. 

Como sacerdote celebrei milhares de casamentos, sempre com muito interesse no que os casais objetivavam em suas relações e com o desejo de construir família. Sinceramente, houve casos em que desaconselhei o ato cerimonial e sugeri ruptura, por não perceber nada de compromisso nem de amor entre os dois. Houve um caso em que percebi superficialidade entre os dois em Cruz Alta – RS e pedi que não se casassem. Mas os noivos insistiram alegando que não sabiam muito expressar o amor um ao outro, mas que se amavam. Atendi a insistência do casal, para me arrepender na própria cerimônia. De joelhos em pleno altar o noivo dormiu ao lado da noiva, completamente bêbado. Após seis meses de tensas relações o casal se separou. 

Porém, celebrei casamentos primorosos cujos noivos eram romances e demonstrações altamente competentes de amor um pelo o outro. Acompanhei muitos por longo tempo depois de celebrarem seu amor e percebi a profundidade do que prometeram no altar. Durante a ditadura mesmo experimentei testemunhos fantásticos de casais que se casaram em plena clandestinidade, apaixonados um pelo o outro e pela luta contra a barbárie em forma de golpe contra a democracia. Aqui mesmo em Goiânia e em Aparecida de Goiânia ministrei casamentos religiosos de jovens belíssimos e inteligentes. Recordo de um professor de física que se casou com uma estudante de pedagogia, sua ex-aluna. Nas várias entrevistas e pastorais que realizamos senti o quanto se amavam e reuniam em torno de si o apoio de familiares de ambos, todos convencidos e motivados com o amor deles. Celebrei o casamento de um médio com uma linda professora de educação física, já pai e mãe de uma linda menina de seis anos, que participou da cerimônia. Seguidamente os encontro cheios de poesia e de declarações de amor, ela agora grávida à espera de mais um fruto do afetivo relacionamento. Em tantos vi e celebrai o poderoso amor. 

Mas o que é o amor, esse sentimento, que arrasta um homem e uma mulher para dentro de um casamento? Sabe-se que casamento não é relacionamento fácil o tempo inteiro. É um tipo de relacionamento que pressiona por enorme capacidade de diálogo, de construção de espaços e por alta capacidade de negociação, acima de tudo, de muita honestidade e transparência. Há pouco a mídia purulenta tentou destruir o casamento do ex Presidente Lula com sua esposa Marisa. Não sei como o casal enfrenta tal intromissão irresponsável e indigna, mas o desafio do casal para se manter em comunhão é gigantesco. Em todo o caso, hoje as pessoas não se sentem mais obrigadas a continuar um casamento ruim e destrutivo, mesmo que igrejas gritem que o casamento seja indissolúvel.

Parece-me pouco verossímil o princípio de que os diferentes e opostos se atraem. Em termos de casamento isso cai no vazio. Pelo contrário, um casamento funciona bem com um mínimo significativo de campo semelhante. Os dois carecem de muito em comum, embora o relacionamento exija muita criatividade e elasticidade como capacidade para compreender o outro. Não que um deva se sobrepor ao outro nem que deva dominar o outro. O que importa é que o campo de variáveis componha boa e sólida substância comum entre os dois para que se soltem e sejam livres um para o outro, sem sectarismos. Outra coordenada importante é que ambos tenham projetos capazes de arrebatá-los para frente, para cima e para fora da relação a dois, fazendo com que essa comunhão se fortaleça e os aproxime. Aqui aduzo, como ilustração, a frase de Antoine de Saint-Exupéry (autor do Pequeno Príncipe e de O Aviador) que escreveu: “amar não é um olhar para o outro, mas ambos na mesma direção”. É absolutamente fundamental que os sujeitos de um casamento saibam sentir um ao outro, mas que esse poetizar um do outro ancore-se em campos que os transcenda dos ruídos cotidianos e viciantes. A poesia a dois tem que se inspirar na práxis no mundo, muito maior do que o pequeno universo construído dentro de uma relação matrimonial. (grifo nosso, VithaMulher)

Voltando a Carlos e Vanessa. As notícias sobre o casamento deles dá conta de que Carlos Cachoeira se converteu na prisão pela pregação da Igreja Videira. Tanto que um pastor dessa igreja presidiu a bênção matrimonial deles. A questão é: como é a conversão de Cachoeira? Que projeto o envolve nessa conversão, se tal é verdadeira? Que mudanças tal impacto provocará na vida dele e do casal? Afinal, Carlos e Andressa são devedores da sociedade! Esse casal roubou do povo e do Estado. Cachoeira principalmente atuou de forma a dilapidar a coisa pública ao articular-se com o indecoroso, indecente e injusto Demóstenes Torres, que a boa fé social enganou e ludibriou quem nele votou e confiou. Cachoeira influenciou e corrompeu o Governo do Estado de Goiás, derramando muito dinheiro para falsificar pesquisas e mentirosamente eleger o não menos desonesto Marconi Perillo, que ainda ocupa o poder neste Estado do Centro Oeste. Cachoeira tentou derrubar o Presidente Lula através de pautação da apodrecida Revista Veja e o Governador Agnelo Rossi de Brasília, por este não ceder às suas chantagens. Em Goiás Cachoeira se apropriaria de todo o sistema de saúde e da educação do Estado, tudo em benefício próprio, aos moldes do mais terrível, egoísta e atrasado capitalismo, em cujas águas turvas ele se abastece. A senhora Vanessa ameaçou um juiz de suborno na tentativa de chantageá-lo. Desdenhou da justiça ao se cumpliciar com o atual marido, com quem acabou de casar nesta sexta-feira sob as bênçãos de um pastor da Igreja Videira.

A Igreja Videira o ensinará a se comportar como um crente novo e revolucionado como aconteceu com o publicano e impatriótica Zaqueu? Ora, como conta o evangelista Lucas, Zaqueu ao receber Jesus de Nazaré em sua casa, onde certamente se deu diálogo crítico e severo do Galileu que o instou à justiça para com os muitos de quem roubou e jogou na miséria para se apropriar dos excedentes de impostos desviados para seus bolsos, já que era servil ao império romano, obrigando os palestinos a “contribuir” com o governo opressor e explorador. Zaqueu declarou a Jesus que repartiria a metade de “seus” bens aos pobres e 4 vezes mais a quem roubara. A tradição conta que Zaqueu sagrou-se bispo e morreu pobre, mas feliz por seguir os caminhos da justiça. A Igreja Videira ajudará Cachoeira a fazer o mesmo? Vanessa aceitará, a despeito das roupas e sapatos caríssimos usados no casamento ontem? Ou Carlos Cachoeira doará o que roubou do povo à Igreja Videira sob o pretexto de devolver a Deus o que da sociedade desviou?

Caros Darci e Maria, se Cachoeira e a linda Vanessa não devolverem o que arrancaram roubando de muitas crianças, viúvas, trabalhadores e de quem iludiu com falsas esperanças através da jogatina da qual era proprietário, seu casamento não passa de barata palhaçada e seu amor não ultrapassa a linha putrefata do pocilga dos que emporcalham nossas vidas com sua burguesia pecaminosa e suja. Se ele doar parte do que roubou à Igreja Videira e a seus pastores sob a justificativa de purgar suas culpas, então essa igreja não passará de grupo de assaltantes e mercenários. Perderá o respeito da comunidade. Se for assim o casamento de Carlos e Vanessa, em breve, seguirá o rumo de tantos outros, afundando em crise, em brigas, em divisão pela disputa dos roubos e cairá no lugar comum dos casais compostos de sujeitos que somente olham para si e para seus umbigos e, rotinizados, sem saber olhar para um caminho mais longo, rico, desafiante e criativo, destruir-se-á. Quem viver verá!

Abraços críticos e fraternos.

No http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/2012/12/carlinhos-e-andressa-casaram-se-felizes.html

domingo, 30 de dezembro de 2012

"A empresa continua sucateada, a terceira pior entre 33 do Brasil no ranking da ANEEL. Bueiros explodiram nas ruas. Vive faltando luz em diversos bairros do Rio e, agora, até nos Aeroportos. É nisso que dá o choque de gestão demotucano."


Jungmann de PE, Aleluia da Bahia, Zylbertajn (ex-genro de FHC) todos aparelhados na Light por Aécio

Aécio provoca Apagão na Light, aparelhando com políticos demotucanos do racionamento
http://www.light.com.br/web/institucional/empresa/conselho/teconselho.asp?mid=8687942772267230
Aécio arrumou uma boquinha na Light para políticos demotucanos que moram na Bahia e em Pernambuco, mesmo a empresa sendo no Rio. O ex-genro de FHC, David Zylbersztajn (PSDB-RJ), que está em todas, também está lá.
Aécio Neves (PSDB-MG), quando era governador, usou a CEMIG para comprar o controle da Light (distribuidora de eletricidade no Rio).

Aparelhou a empresa com políticos compadres do DEM, PSDB e PPS. Resultado: Privataria Tucana e APAGÃO!

Está explicado Aécio ser contra a CEMIG baixar a conta de luz.

Os demotucanos são uma mãe para banqueiros e investidores. Primeiro privatizaram a Light na bacia das almas, dizendo que a iniciativa privada iria investir na empresa. Depois do apagão do racionamento de 2001, depois de subir tarifas, depois que tiraram o lucro sem investir, Aécio Neves (PSDB-MG), quando era governador, comprou de volta o controle da empresa sucateada, ao preço que o Grupo Andrade Gutierrez quis vender.

Mas os problemas não acabaram. A empresa continua sucateada, a terceira pior entre 33 do Brasil no ranking da ANEEL. Bueiros explodiram nas ruas. Vive faltando luz em diversos bairros do Rio e, agora, até nos Aeroportos. É nisso que dá o choque de gestão demotucano.

"É a educação a base que irá nos transformar em um país socialmente menos injusto e economicamente mais desenvolvido. Um Brasil socialmente menos desigual, economicamente mais competitivo e mais educado. Um país que possa continuar se orgulhando de oferecer às novas gerações oportunidades de vida cada vez melhores. Um país melhor para todos."



Dez anos de avanços
Por Dilma Rousseff

O desafio para os próximos anos é, simultaneamente, acabar com a miséria extrema e ampliar a competitividade da economia do nosso país

Os dez anos de governos liderados pelo Partido dos Trabalhadores marcam a incorporação de uma nova agenda para o Brasil.

O combate à desigualdade social passou a ser uma política de Estado, e não mais uma ação emergencial. Os governos do presidente Lula e o meu priorizaram a educação, a saúde e a habitação para todos, a retomada dos investimentos públicos em infraestrutura e a competitividade da economia.

Na última década, raros são os países que, como o Brasil, podem se orgulhar de oferecer um futuro melhor para os seus jovens. A crise financeira, iniciada em 2007, devastou milhões de empregos e esperanças no mundo desenvolvido.

No Brasil, ocorreu o contrário. Cerca de 40 milhões de pessoas foram incorporadas à chamada nova classe média, no maior movimento de ascensão social da história do país. A miséria extrema passou a ser combatida com uma ação sistemática de apoio às famílias mais pobres e com filhos jovens.

Através do programa Brasil Carinhoso, somente em 2012 retiramos da pobreza extrema 16,4 milhões de brasileiros. Entre 2003 e 2012, a renda média do brasileiro cresceu de forma constante e a desigualdade caiu ano a ano. Nesta década, foram criados, sem perda de direitos trabalhistas, 19,4 milhões de novos empregos, sendo 4 milhões apenas nos últimos dois anos.

Reconhecer os avanços dos últimos dez anos significa também reconhecer que eles foram construídos sobre uma base sólida. Desde o fim do regime de exceção, cada presidente enfrentou os desafios do seu tempo. Eles consolidaram o Estado democrático de Direito, o funcionamento independente das instituições e a estabilidade econômica.

Acredito que os futuros governos tratarão como conquistas de toda a população nossos programas de educação -como o Pronatec, de formação técnica, o ProUni e o Ciência Sem Fronteiras- e de eficiência do Estado -como os mecanismos de monitoramento de projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a transparência na prestação de contas da Lei de Acesso à Informação.

O Brasil que emerge dos últimos dez anos é um país mais inclusivo e sólido economicamente. O objetivo do meu governo é aprofundar estas conquistas.

O desafio que se impõe para os próximos anos é, simultaneamente, acabar com a miséria extrema e ampliar a competitividade da nossa economia. O meu governo tem enfrentado estas duas questões. Temos um compromisso inadiável com a redução da desigualdade social, nossa mancha histórica.

Ao longo de 2012, lançamos planos de concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, que abrem as condições para um novo ciclo virtuoso de investimento produtivo. Reduzimos a carga tributária, ampliamos as desonerações na folha de pagamento e, em 2013, iremos baratear a tarifa de energia.

São medidas fundamentais para aumentar a competitividade das empresas brasileiras e gerar as condições de um crescimento sustentável.

Iremos aproveitar a exploração do pré-sal para concentrar recursos na educação, que gera oportunidades para os cidadãos e melhora a qualificação da nossa força de trabalho.

É a educação a base que irá nos transformar em um país socialmente menos injusto e economicamente mais desenvolvido. Um Brasil socialmente menos desigual, economicamente mais competitivo e mais educado. Um país que possa continuar se orgulhando de oferecer às novas gerações oportunidades de vida cada vez melhores. Um país melhor para todos.

Tenho certeza que estamos no rumo certo.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Quando o Brasil vai bem, a nossa querida Presidenta é aprovada pelo Povo Brasileiro e a velha mídia NÂO QUER mostrar o que de bom acontece no nosso país, jornalistas da oposição apelam para São Ridículo.


O ataque organizado dos colunistas da grande imprensa agora tem como mote o "pibinho" e a ineficiência econômica. Como a corrupção não gruda na presidente Dilma, a saída é tentar responsabilizá-la pelo caos aeroportuário e pelos apagões (mesmo quando a falta de luz dura apenas quatro minutos, como no bairro nobre de Brasília onde vive Ricardo Noblat)

247 - Eram 15h01 quando o jornalista Ricardo Noblat, colunista do Globo, postou no Twitter a informação sobre um suposto novo apagão em Brasília. "Juro: acaba de faltar luz no lago sul de Brasília. Ontem foram 3 horas sem luz. Dessa vez não teve trovão nem raio nem granizo. Espalhem!". Mais do que simplesmente noticiar, Noblat pediu para que seus seguidores disseminassem a informação. Quatro minutos depois, no entanto, veio a correção: "Voltou a luz. Veremos até quando".

Na prática, o tweet de Noblat sintetizou uma velha máxima do jornalismo: "good news is bad news", ou seja, notícia boa é notícia ruim. Seu apagão de quatro minutos foi tão frustrante, que o colunista deixou transparecer sua má vontade no "veremos até quando".

O alarme de Noblat não seria uma notícia se não fosse parte de um movimento organizado. O "pibinho" e a economia são os novos motes de grande imprensa para tentar derrubar a popularidade da presidente Dilma Rousseff – o que não será tão simples num país onde o desemprego está na menor taxa em dez anos.

Nesta sexta-feira, Eliane Cantanhêde resgatou o "especialista" Maílson da Nóbrega (aquele da hiperinflação) para atacar o "intervencionismo" de Dilma e de seu ministro Guido Mantega (leia aqui). Miriam Leitão retratou uma Dilma que teria sido abduzida e viveria numa espécie de realidade paralela (leia aqui). E Ancelmo Gois atingiu o ápice ao reproduzir uma suposta frase dita no Galeão: "Se alguém aqui votar em Lula ou em Dilma, é filho da puta!" (leia aqui).

Noblat foi além e noticiou um apagão de quatro minutos. Será que os especialistas em mensalão, agora convertidos em especialistas em economia, não estão exagerando na dose? E será que não é por isso que Nelson Motta não enxerga o declínio da influência dos chamados formadores de opinião? (leia aqui o artigo de Motta, também no Globo).

No http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/2012/12/noblat-grita-apagao-e-revela-agenda.html

Em tempo: O VithaMulher é FDP, pois continuaremos apoiando Lula e Dilma enquanto compreendermos ser a melhor opção para o Brasil e para o Povo Brasileiro.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Caras amigas, entendam o porquê do faniquito da The Economist e do Financial Times para com o Brasil e o ministro Guido Mantega, através de excelente texto escrito por Delfim Neto.


A ECONOMIST E SUAS PREMISSAS


Delfim Netto

Por Delfim Netto



Estou nesse ramo tempo suficiente para aprender que as críticas à política econômica são uma necessidade. Em determinadas circunstâncias são até bem-vindas, porque o simples fato de alguém estar em uma situação de “poder” não lhe transfere o benefício da infalibilidade. Nem que, para o poder incumbente, a eleição por uma eventual maioria lhe confira a “onisciência” a exigir a sua “onipresença”.

Sempre tive grande admiração pela The Economist, que passei a ler, semanalmente, desde 1952 na Faculdade de Economia e Administração, a FEA-USP, graças aos exemplares filados do grande professor W. L. Stevens, a quem o Brasil deve a introdução da estatística fisheriana.

Cativava-me a clareza dos textos, a imparcialidade (relativa) e o tom doutoral e provocador dos editoriais. Até hoje a revista se considera, convictamente, portadora de uma ciência econômica universal, independente da História e da Geografia.

Criada em 1843, tinha como objetivo fundamental defender a liberdade de comércio, então em discussão na Inglaterra. Fala, a seu favor, não ter mudado nos seus 169 anos. É reconhecida como a mais influente revista econômica internacional. Isso está longe, contudo, de garantir a validade dos seus conceitos. Se há uma virtude escassa na excelente The Economist é a humildade: ter, ao menos, uma pequena dúvida.

O deselegante e injusto ataque ad hominem ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, partiu de duas premissas falsas:

1. O Brasil não estava “bombando” no início de 2011. O PIB caíra 0,3% em 2009 e, por puro efeito estatístico, aumentara 7,5% em 2010. O crescimento médio de 2009/2010 foi de 3,6%, o mesmo número medíocre obtido nos últimos 20 anos.

2. O ministro não errou sozinho, quando sugeriu um crescimento no terceiro trimestre sobre o anterior entre 1,1% e 1,3%. Analistas financeiros do Brasil e do restante do mundo, inclusive The Economist (por seu instituto de análises), acreditavam na mesma coisa. O resultado apurado pelo IBGE (sobre o qual não paira qualquer dúvida de credibilidade) foi mesmo uma surpresa (0,6%). Isso nos deixa com um problema. Se os inúmeros estímulos postos em prática produzirem um crescimento de 0,8% no quarto trimestre sobre o terceiro, o PIB de 2012 será da ordem de 1%, com crescimento per capita nulo.

O baixo crescimento tem pouca relação com as políticas monetária, fiscal e cambial. Tem mais a ver com uma redução dos investimentos gerada pela desconfiança exagerada entre o setor privado e o governo. Mesmo com a -pequena recuperação no setor industrial (que, é provável, continuará nos próximos trimestres) não tem acontecido nada brilhante para entusiasmar o setor privado.

Há gente, no meio empresarial, assustada com a forma de ação do governo, a enxergar uma tendência intervencionista na atividade privada. Quando acontece esse tipo de dúvida, fica difícil acelerar os investimentos.

Fala-se de quebra de contratos, quando isso não existe: todos os contratos estão sendo garantidos na energia. O que talvez pudesse ter sido diferente é a forma como a renovação das concessões das usinas foi tratada: poderiam, talvez, ter mandado um projeto de lei ao Congresso. Mas todos sabem ser preciso reduzir as tarifas de energia, claramente sobrecarregadas por impostos.

A dúvida dos investidores é, dessa forma, muito menos relacionada à qualidade da política econômica, no âmbito fiscal, monetário e cambial.

Fez muito bem, portanto, a presidenta Dilma ao rejeitar a impertinente sugestão da revista para demitir o ilustre ministro da Fazenda do Brasil!

O comentário presidencial, muito mais para o uso interno, foi simples e direto: “Não vou tirar o Guido”, sem precisar explicar coisa alguma, mostrando apenas estar a par dos interesses contrariados, da choradeira nos mercados financeiros que lamentam o fato de o Brasil não ser mais “o queridinho” dos investidores-especuladores. Agora é o México, que os anjos o protejam… Como se devêssemos nos chatear muito com isso…

Não diria que existe da parte da revista algum objetivo maligno, apenas um ataque muito deselegante, a causar decepção, mas se insere no espírito provocador que lhe é característico.

No fundo, a crítica procura disfarçar o mau humor de investidores com o retorno em dólares na Bovespa (-8%) ante os 20% positivos na Bolsa mexicana. E com o fim da era do ganho fácil e sem risco no Brasil.
Em tempo: Por nós, do VithaMulher, os economistas da The Economist e do Financial Times continuarão a dar seus pitis até colocar as duas mãos na boca e rasgá-la, até entender que o Brasil de Lula e Dilma é Independente e Soberano. Ah! E o Mantega fica. Viva o Brasil! Viva Lula" Viva Dilma!


"Elas mudaram a forma como as decisões familiares são tomadas"


As maravilhosas mulheres brasileiras

CONSUMO
Emprego facilita ascensão
Conquista da renda própria garante autonomia financeira às trabalhadoras

DECO BANCILLON
ANA CAROLINA DINARDO


Com muita disciplina, a diarista Ivonete conseguiu comprar a casa própria. Agora, quer carro, geladeira, e um notebook igual ao da patroa (Monique Renne/CB/D.A Press
)
Com muita disciplina, a diarista Ivonete conseguiu comprar a casa própria. Agora, quer carro, geladeira, e um notebook igual ao da patroa
Operadora de caixa, Maria Zélia controla todas as despesas de casa (
Ed Alves/CB/D.A Press
)
Operadora de caixa, Maria Zélia controla todas as despesas de casa
 (
Monique Renne/CB/D.A Press
Patrícia fez curso de fisioterapia e planeja especialização em Paris)


O trabalho remunerado é o elo que conduz a ascensão das mulheres da nova classe média brasileira. Após anos de dependência financeira dos pais e, depois, dos maridos, elas decidiram romper com o mito da fragilidade feminina e assumiram as rédeas do orçamento doméstico. Hoje, com mais estudo, dinheiro no bolso e qualidade de vida melhor, elas mudaram a forma como as decisões familiares são tomadas.

Mesmo nos lares chefiados por pessoas mais novas, são as mulheres quem dão as cartas. É o caso da vendedora Alane Batista Lima, 23 anos. Há seis anos, quando tinha 17, ela teve uma gravidez não planejada. Do relacionamento de dois anos e meio com o ex-companheiro, restou apenas a filha do casal, Ana Cecília, hoje com 6 anos. Desde então, é Alane quem toma a maioria das decisões envolvendo o futuro da criança, da escola particular ao plano de saúde que contratou para a filha. “O que eu ganho é para cuidar bem da minha família”, ela diz, orgulhosa.

“Tornei-me chefe de família por necessidade”, diz a operadora de caixa Maria Zélia Marques, 62 anos. Durante toda a infância das filhas, era ela quem tomava as decisões de casa, e assim continua até hoje, após separar-se do marido e se aposentar. “Nossa situação até melhorou, depois que minhas filhas começaram a trabalhar e passaram a me ajudar com as despesas. Mas a parte pesada do orçamento é comigo, e não abro mão”, afirma.

Como ela, Francilene Maria de Souza, 26 anos, também decidiu rescrever a própria história após divorciar-se do marido, em setembro do ano passado. Depois de viver sete anos na dependência financeira do parceiro, decidiu que era hora de arrumar um emprego. Hoje, é ela quem diz o que a filha de cinco anos, Mariane, come e veste. “Todo o tempo estou decidindo alguma coisa. Sei tudo que tem e o que não tem nos armários de casa”, afirma.

Caminho parecido percorreu a diarista Ivonete Correia Pólvora, 40 anos. Há 12 anos, ainda morando em Bernardo Sayão, interior de Tocantins, ela decidiu separar-se do marido e tentar vida nova. Juntou tudo o que tinha e partiu com a filha, na época com 8 anos, para Brasília. Nesse período, sempre trabalhou fazendo faxina, mas, com organização, foi juntando dinheiro e conseguindo realizar parte dos sonhos. A primeira grande conquista foi a compra da casa própria, em Samambaia.

Em alguns anos, após vender bens que tinha em Tocantins, comprou uma segunda residência, cujo aluguel hoje serve de complemento da renda. Mas Ivonete tem outros desejos. Em 2013, quer comprar um notebook para a filha, trocar a geladeira e comprar um carro zero. “Futuramente”, ela diz, “quero ter também um apartamento”. Disposição para conseguir realizar os sonhos é o que não falta, garante Ivonete. “Hoje eu tenho liberdade de fazer o que eu quero. De ter planos e querer realizá-los.”

Trabalho doméstico

Muitas das mulheres da classe C mostram protagonismo após vencerem a barreira da falta de qualificação. Após encararem trabalhos como o doméstico, que, em geral, é a primeira ocupação das mulheres com pouca ou nenhuma instrução, elas se inserem em profissões mais bem remuneradas. Foi o que aconteceu com a fisioterapeuta Patrícia Félix de Souza Oliveira, 30 anos. Filha de pais analfabetos, trabalhou como diarista e como auxiliar de limpeza em um posto de combustíveis.

Aos 21 anos, ela engravidou e decidiu arrumar um novo emprego. “Eu tinha vergonha de dizer que meu pai era servente e que minha mãe trabalhava com faxina, então pensei no que o meu filho ia pensar de mim se eu continuasse com aquele emprego”, conta. Disposta a mudar de vida, Patrícia fez um curso de massoterapia. Depois, já trabalhando na área, ingressou na faculdade de fisioterapia. Formou-se no segundo semestre de 2011, e de lá para cá viu a renda mais que dobrar.

Com os ganhos do marido, o casal foi realizando sonhos que até então pareciam inatingíveis. Primeiro foi a casa própria, em Planaltina, e, depois, o carro zero, financiado em 72 vezes. Agora, Patrícia quer fazer uma especialização. “Vai ser um ano e meio de curso e, no final, vou fazer um estágio de um mês em Paris, na França”, diz a fisioterapeuta.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

"São números incontestáveis. Com FHC, houve retrocesso. Com Lula, transferência de renda."



Anúncio do novo valor para o salário-base (R$ 678), feito nesta segunda-feira (24/12) pela presidente Dilma, consolida uma consistente elevação do ganho real a partir do governo Lula. Os números são incontestáveis e independem de julgamentos políticos. A questão para a oposição é: como criticar a presidente e garantir, ao mesmo tempo, a continuidade desse movimento do salário?

24 DE DEZEMBRO DE 2012 ÀS 19:00

Heberth Xavier_247 - O anúncio do novo valor do salário mínimo, feito hoje pela presidente Dilma Rousseff, revela um dado incontestável pelos números: a escalada ascendente do poder de compra no país a partir de um de seus maiores preços, o salário básico. Politicamente, consolida uma vantagem para o PT e aliados que traz e trará dor de cabeça extra à oposição. Como criticar a presidente sem que isso aparente, ao eleitor, um passo atrás no mínimo?

A média de aumentos no salário base no governo de Fernando Henrique Cardoso, com efeito, foi de R$ 17,50 ao ano. Lula mais do que dobrou esse número em seus oito anos no Palácio do Planalto (R$ 38,57 anualmente, na média). Com Dilma, nova expansão na média (R$ 56). Em dólares, o quadro fica ainda mais favorável aos petistas, uma vez que, a partir de 1999, a desvalorização do real jogou para baixo o valor relativo do mínimo (veja o gráfico acima). Em dólares, por exemplo, o mínimo começa 2013 valendo US$ 322,85. Lembrando que ele começou 2003, primeiro ano de Lula, em US$ 77 -- depois de atingir um pico de US$ 120 em 1998, sob FHC -- e praticamente não parou de elevar-se desde então.

São números incontestáveis. Com FHC, houve retrocesso. Com Lula, transferência de renda. A partir daí, claro, podem-se fazer julgamentos políticos. Um deles é que os últimos anos foram beneficiados por um mundo melhor na economia, ao contrário do período dos tucanos no poder, com crises frequentes em todos os continentes. Mas esse argumento esbarra na situação mundial desde 2008, com a crise americana.

Pode-se dizer que Lula seguiu as linhas básicas do governo de FHC e, assim, pegou a “casa arrumada”. Pode ser ou pode não ser, dependendo da opinião de cada um. O problema, para a oposição, é que o eleitor costuma ser menos sutil em suas análises -- e isso no Brasil ou qualquer lugar do mundo. Mensalão, corrupção, caso Rosemary? Ok, mas é difícil convencer o eleitor que passou a ganhar mais -- e comprar mais -- que a hora é de mudança.

http://www.brasil247.com/pt/247/economia/88905/Pol%C3%ADtica-para-o-m%C3%ADnimo-explica-ciclo-do-PT.htm

No http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/2012/12/politica-para-o-minimo-explica-ciclo-do.html

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Se você sabe das mazelas da mídia golpista e continua dando crédito ao que ela faz em sua programação; se você tem conhecimento de que a maioria dos políticos que aparecem de quatro em quatro anos batendo nas suas costas, oferecendo dinheiro e vantagens em troca do seu voto e te prometendo o céu, para depois das eleições esquecer tudo que lhe prometeu e surrupiar toda a verba destinada a melhorar a vida do povo e você ainda continua votando nele; se você vê que muita coisa está errada e se cala, para que o mal feito e o mal feitor não se voltem contra você... Então se prepare porque, mais dia menos dia, tudo isso se voltará contra você. E aí você ficará com cara de bob@ se perguntando "o que foi que eu fiz?" E lá do fundo do abismo em que você caiu vozes desesperadas lhe responderão: "Nada. Não fizemos nada".

Até quando você vai ficar sem fazer nada?


Maiakovski, poeta russo “suicidado” após a revolução de Lenin, escreveu ainda no início do século XX:
Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim. E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão. E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.
Depois de Maiakovski, Bertold Brecht (1898-1956) escreveu:
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Depois de um tempo, Martin Niemöller, símbolo da resistência aos nazistas, escreveu também:
Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar…
Mais recentemente, em 2007, foi a vez de Cláudio Humberto:
Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima.
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles.
Depois fecharam ruas, onde não moro.
Fecharam então o portão da favela, que não habito.
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho…
Há cem anos Maiakovski lançou esse grito, essa denúncia, e outros lhe fizeram eco.
Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, aumentam a desigualdade social com políticas públicas que ajudam muito pouco e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio: porque a palavra, há muito, se tornou inútil…
E preciso, portanto, continuar gritando, denunciando, porque muitos ainda não ouviram.
Por fim só uma pergunta: E você, até quando vai ficar sem fazer nada?

No http://www.simplescoisasdavida.com/ate-quando-voce-vai-ficar-sem-fazer-nada/

Parabéns, Danucha, pelo trabalho de ressocialização do preso. Acreditamos que esse é o caminho. "A ação é uma grande restauradora e construtora da confiança. A inatividade não só é o resultado, mas a causa do medo. Talvez a ação que você tome tenha êxito; talvez uma ação diferente ou ajustes terão de ser feitos. Mas qualquer ação é melhor que nenhuma." Norman Vincent Peale

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

'O caminho para atuar nas agências responsáveis por regular a aviação civil e o uso sustentado da água foi assim: o amigo do amigo levou as referências, falou com a pessoa certa, que prometeu falar com a pessoa ainda mais certa e a troca de favores ficou estabelecida. Num dos e-mails, antes da nomeação, Rosemary promete, supostamente, aproximar o candidato ao cargo na Anac do presidente Lula em um evento em São Paulo: “Aí eu ataco”, diz ela." e... Lula foi apulhalado.


Matheus Pichonelli

O feudo de Rosemary

Ao narrar a ascensão do enfermeiro Rubião no clássico Quincas Borba, Machado de Assis construiu uma espécie de estrutura elementar do relacionamento humano (queria citar a “alma do brasileiro”, mas nunca vivi em outro país para dizer se há, de fato, outro tipo de “alma” mundo afora). A começar pelo fato de o personagem que dá nome ao livro não ser o personagem principal. Este papel é dado a Rubião, herdeiro do milionário filósofo, fundador do humanitismo, de quem cuidou até o fim da vida. Homem certo na hora certa, a ele é delegada a missão de cuidar de um cachorro (de nome Quincas Borba) e de administrar as posses deixadas pelo patrão. “A imortalidade é o meu lote ou o meu dote, ou como melhor nome haja”, diz Quincas Borba ao amigo fiel antes de legar a sua herança.
O fim da história estava escrito desde 1891
A oportunidade faz Rubião deixar a rotina humilde em Barbacena, no interior de Minas, em troca de uma vida de barão no Rio de Janeiro, então capital da República.
Ao chegar, ele logo se transforma em objeto de cobiça. Como enxame de abelhas no pote de mel, dele se aproximam as pessoas mais influentes de seu tempo. Eles almoçam às suas custas. Jantam às suas custas. Tomam empréstimos às suas custas. Rubião tinha outra origem, outro linguajar, outras referências, mas pouco importava: ele tinha tudo o que a burguesia ascendente, empreendedora e oportunista, precisava: uma janela para o capital. Para os amigos, Rubião não valia só o que tinha no bolso. Valia o quanto estava disposto a produzir em bolsos alheios.
É a melhor história sobre amizade já escrita nestas terras – justamente por expor ao sol o deslumbre como a força-motriz das relações humanas.
Este caráter universal e atemporal é o que separa uma boa história de um clássico. Mudam-se os tempos, mudam-se os nomes, o espírito permanece. Este espírito, pode-se dizer, se manifesta em qualquer empreendimento promissor – e só um grande herdeiro, um grande proprietário, um grande magnata, um grande artista ou um grande astro do futebol seria capaz de contar as toneladas diárias de bajulação produzidas em seu entorno. (Wilson Simonal e o goleiro Bruno, ex-Flamengo, não fariam um testemunho menos fidedigno sobre a gratidão aos amigos). O funcionamento do Estado, loteado como um bem a ser herdado e distribuído, não é diferente. Está tomado de Rubiões e asseclas de Rubiões, crentes de que o prestígio transitório é um bem inalienável.
No apagar das luzes de 2012, eles aparecem claramente na Operação Porto Seguro, o mais recente escândalo envolvendo o Planalto – ou a “sucursal” do Planalto instalada na Avenida Paulista.
Pegue-se o exemplo de Rosemary de Noronha, a amiga do homem que se tornou presidente da República e a levou à chefia do escritório da Presidência em São Paulo. Dela pouco se sabe além do fato de que se despedia dos amigos no e-mail corporativo com a palavra “bjokas”. Em tese, isso não prova o grau de competência para exercer um cargo de confiança. Mas deixa escancarada a sofisticação das formas com que outsiders são injetados para dentro da máquina.
A troca de e-mails interceptada pela Polícia Federal entre Rosemary e os irmãos Paulo e Rubens Vieira, nomeados para cargos em agências reguladoras meses depois, é uma fratura exposta de um sistema frágil, acessível e manipulável e movido pelo deslumbre de quem chegou ao topo. Graças a Rosemary, Paulo foi parar na Agência Nacional de Águas e Rubens, na Agência Nacional da Aviação Civil.
O caminho para atuar nas agências responsáveis por regular a aviação civil e o uso sustentado da água foi assim: o amigo do amigo levou as referências, falou com a pessoa certa, que prometeu falar com a pessoa ainda mais certa e a troca de favores ficou estabelecida. Num dos e-mails, antes da nomeação, Rosemary promete, supostamente, aproximar o candidato ao cargo na Anac do presidente Lula em um evento em São Paulo: “Aí eu ataco”, diz ela.
Vendo de longe, é possível supor que, apesar do cargo, uma opinião de Rosemary sobre as questões centrais do Planalto tivesse tanto peso quanto uma pena. Rosemary parece, ainda de longe, apenas uma assessora costa-quente que usou a confiança do chefe para construir um feudo ao seu redor com uma única carta: sou amiga do rei.
Mas a “carteirada” de hoje é a maldição de amanhã. Os irmãos Vieira, acomodados no Estado, são agora acusados de comandar um esquema de compra e venda de pareceres públicos favoráveis a interesses privados com a ajuda da Advocacia-Geral da União – um deles para a instalação de um complexo portuário, de impactos incertos, no valor de 2 bilhões de reais. E foi aos irmãos Vieira que a servidora recorreu para instalar a filha e o marido na mesma máquina – numa troca de mensagens encerrada com um gritante “FINALMENTE OBRIGADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA”. (Sim, vale lembrar: ela era chefe do escritório da Presidência em São Paulo).
Rosemary ajudou os irmãos Viera, que depois ajudaram Rosemary. Para operar, não precisaram sequer consertar relógio com luva de boxe no escuro. Estavam à vontade, como estariam à vontade na casa de Rubião, que na verdade era de Quincas Borba. Não importa. O fim da história estava escrito desde 1891.

No http://www.cartacapital.com.br/politica/o-feudo-de-rosemary/

"é preciso relativizar a comparação do FMI, que, aliás, não costuma enxergar além do umbigo e ultimamente passou a pisar muito no tomateiro. Somos dos poucos países do mundo com déficit fiscal igual a 2,2% do PIB, uma relação dívida/PIB em torno de 35%, uma taxa de inflação de 5,5% ao ano, elevada em relação à meta, mas que deve convergir para os 4,5% no centro da meta."


DELFIM PEDE HONESTIDADE
NAS COMPARAÇÕES

Dizer que o Brasil crescerá menos que a África do Sul trata-se de um expediente malandro.


Saiu na Carta Capital artigo de Delfim Netto:

HONESTIDADE NAS COMPARAÇÕES



Os críticos da política econômica do governo (que não conseguem esconder o ressentimento diante do terrível sucesso do processo de redução dos juros) voltaram a se animar diante da divulgação dos números do PIB neste fim de ano. Realmente, em 2012, o Brasil não deverá crescer mais que 1,7% ou 1,8%. São taxas medíocres para os nossos padrões históricos, o que é mais do que suficiente para a oposição comemorar a divulgação de um relatório do FMI, destacando o fato que o Brasil crescerá menos que a África do Sul (!) neste ano…

Trata-se de um expediente malandro. Não se faz uma comparação honesta, porque não é apenas o crescimento do PIB que dá toda a informação sobre o comportamento da economia de um país. Basta ver que, apesar do baixo crescimento deste ano, o Brasil não tem praticamente desemprego (algo menos que 5% da força de trabalho), enquanto 25% dos trabalhadores da África do Sul estão desempregados.

Isso nos remete a uma questão interessante: o Brasil está crescendo menos, mas todos os levantamentos internacionais mostram que o Brasil é um país onde a satisfação da sociedade com o governo é das maiores. O que importa é o crescimento econômico com inclusão social. Temos crescido menos, mas a inclusão continuou.

O Brasil tem reduzido dramaticamente os níveis de desigualdade e isso aumenta o bem-estar da sociedade, além do crescimento. Poderíamos ter feito melhor, não há a menor dúvida, ampliado o projeto de inclusão e alcançado um ritmo de crescimento bem maior. É preciso levar em conta, contudo, que a situação mundial continua bastante complicada.

Nossa economia tem ligações externas muito importantes e no início deste ano fomos obrigados a tomar medidas monetárias duras, mecanismos que produziram uma redução muito importante na demanda dos produtos industriais produzidos no Brasil e dificuldades nas exportações. Crescemos muito menos do que poderíamos e deveríamos ter crescido, mas prosseguimos no nosso programa de inclusão social e praticamente chegamos ao pleno emprego, um contraste monumental com as demais economias.

Por isso é preciso relativizar a comparação do FMI, que, aliás, não costuma enxergar além do umbigo e ultimamente passou a pisar muito no tomateiro. Somos dos poucos países do mundo com déficit fiscal igual a 2,2% do PIB, uma relação dívida/PIB em torno de 35%, uma taxa de inflação de 5,5% ao ano, elevada em relação à meta, mas que deve convergir para os 4,5% no centro da meta.

Então é uma política que está funcionando e mais importante do que isso é um país já em outro ritmo de crescimento: neste fim de ano é visível o crescimento no terceiro trimestre sobre o segundo, em torno de 1%, o que concretizará aquilo que vínhamos intuindo há muito tempo: o Brasil vai virar 2012 tendo crescido pouco, mas terminando o ano com a economia “rodando” a 3,5% e 4%.

O crescimento em 2013 será construído por nós. Vai ser construído pelo o que o setor privado brasileiro for capaz de realizar, pelo que o governo for capaz de fazer e pela melhora das relações entre o setor privado e o governo. Há condições para sustentar um crescimento econômico de 4% ou 4,5% no ano que vem (como preveem o ministro Guido Mantega e o secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa) e depois pro­curar manter esse nível em média até 2030, digamos.

Isso exigirá, certamente, um investimento bruto anual da ordem de 25% do PIB, com déficit em conta corrente de não mais de 1,5% do PIB ao ano. Exigirá também a continui­dade de uma rigorosa política fiscal, capaz de sustentar a política monetária capaz de produzir o equilíbrio interno e uma aguerrida política cambial, o equilíbrio externo.

Tudo o dito acima e mais: para cooptar o investimento privado indispensável para ampliar o desenvolvimento, o governo precisa insistir em demonstrar ser “pró-mercado” (não “pró-negócio”), ser definitivamente favorável à competição regulada e ágil e não pretender realizar diretamente aquilo que, por sua natureza, o setor privado ­sabe fazer melhor.

No http://www.conversaafiada.com.br/economia/2012/12/03/delfim-pede-honestidade-nas-comparacoes/