domingo, 4 de julho de 2010

Por amor à vida

Violência também é questão de saúde


 
A violência é a maior causa de internação dos brasileiros. O levantamento, realizado pelo Ministério da Saúde (MS), inclui violência doméstica, no trânsito, sexual e urbana, entre outras. Além do tratamento das lesões causadas por cada situação, o governo está preocupado com a saúde mental das vitimas de violência.
As 448 maiores cidades do país já contam com uma rede integrada de atendimento para tratar os casos. Nesses municípios, o profissional de saúde que recebe um paciente vítima de violência preenche uma ficha de identificação. “As vítimas, geralmente, são atendidas primeiro nos pronto- socorros. Se for o caso, elas são encaminhadas para um tratamento psicológico”, explica Marta Alves, coordenadora de prevenção de violências e acidentes do MS.
Estresse pós-traumático, distúrbios e fobias são comuns entre as vítimas de violência. Mesmo se não for identificado um trauma já no primeiro diagnóstico, o paciente pode procurar uma unidade básica de saúde ou mesmo um Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS). “Somos parceiros em diversas campanhas educativas, como a que previne o uso de crack, no combate a mistura bebida e direção”, reforça Marta.
Vida real
As marcas da violência, muitas vezes, deixam mais do que cicatrizes no corpo. É bastante comum o psicológico ser abalado por uma situação grave de violência. Esse foi o caso da catarinense Maria Aparecida Marques, que aos seis anos foi abusada sexualmente pelos dois irmãos esquizofrênicos e um vizinho. Com vergonha da família, preferiu não contar a ninguém.
O segredo a perturbou por vários anos até explodir em uma crise de estresse-pós traumático. “Tive um surto muito forte, não conseguia fazer nada.  Tinha medo dos meus irmãos. Eu já era casada, eles já não podiam me encontrar mas mesmo assim vivia tudo de novo”. Aparecida  também desenvolveu distúrbio bipolar e começou a ter visões. “Foram noves anos de surtos frequentes, o tratamento foi sofrido, mas eu venci.”
Hoje, mãe de dois filhos e com 41 anos, Aparecida faz tratamento no CAPS de Laguna (SC), cidade onde mora. Ela garante que é muito bem assistida e faz diversas atividades terapêuticas no Centro.
por Mulheres com Dilma

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