"Lembro de como acharam impossível gerar tantos empregos como Lula prometia. Não sei, mas talvez você que agora esteja lendo, seja um(a) daqueles (as) que entravam nas enormes filas e ao final do dia, cansados e estressados, retornavam aos seus lares, desempregados. Como era ruim não ter muitas esperanças e somente não desistir porque a coragem nunca nos faltou. Pode ser, quem sabe, um (a) trabalhador (a) que nasceu sob o aluguel de moradia, cresceu e viveu trabalhando por este sonho que mais parecia impossível. Emprego, moradia e um prato de comida. Pouca coisa, mas que trazem um sentido de resgate de dignidade como nenhum outro. É preciso somarmos ainda nesse revigoramento de lembranças o tamanho do salário mínimo, dos programas sociais... Parece que há entre o hoje e o passado um mar enorme separando-os. Várias gerações começavam a estudar, uns concluíam o fundamental ou um pouco mais e logo a necessidade de trabalho e a oferta e custo das vagas em universidades, desestimulavam o aprendizado. Ninguém pensava no FIES, no PROUNI, no PRONATEC.
Hoje os tempos são outros. O passado teima em querer nos impor as piores lembranças e desavergonhadamente, sem o menor pudor, procura tumultuar a compreensão e nos levar ao erro. Já dizia minha avó que a sabedoria está em compreender as artimanhas, os embustes e até respeitar os embusteiros porque cumprem seu papel, é de sua natureza o exercício de enganar. Não se pode transformar óleo em água, nem sal em açúcar, ainda que tenham semelhanças, suas naturezas são completamente diferentes. Cuidar de um Brasil para trabalhadores e trabalhadoras, necessariamente, há de ser por alguém que tenha essa origem, essa natureza, obviamente não será um patrão por mais generoso que seja que irá defender interesses de trabalhadores e trabalhadoras, porque essa não é sua natureza.
Por isso, eu sou Dilma."
Hilda Suzana Veiga Settineri
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