quarta-feira, 28 de maio de 2014

Essa é das minhas: “Está tão ruim? Então, vende o negócio e muda de país!”

Luiza Trajano: “O Brasil inclui milhões no mercado de trabalho e fazem parecer que não foi nada”

Sem medo de ser feliz Luiza não teme ser vista como garota-propaganda do governo porque aposta no que dá certo.
“Está tão ruim? Então, vende o negócio e muda de país!”, diz Luiza Trajano
Empresária mantém o viés otimista pelo Brasil, conta como a empresa precisou se reorganizar depois de quase dobrar de tamanho e diz ser garota-propaganda daquilo que dá certo.
Pescado da Zero Hora



A gente vive do consumidor, então é preciso ser muito transparente, diz Luiza Trajano


Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues, presidente do conselho de administração da rede de lojas Magazine Luiza, é diferente da maioria dos empresários brasileiros. Não só pelo fato de ser mulher — é uma das poucas na posição —, mas pelo viés otimista que enxerga o Brasil. Enquanto boa parte da iniciativa privada adota tom mais ácido ao falar das ações do atual governo, essa paulista de Franca afirma que prefere ver o copo “meio cheio” em vez de “meio vazio”e diz não temer ser vista como garota-propaganda do Planalto.

De tão identificada com a rede que comanda, Luiza é associada à marca. Na realidade, o nome vem da tia, Luiza Trajano Donato, que comprou uma pequena loja de presentes em 1957, A Cristaleira, com o marido Pelegrino José Donato.

Depois de quase dobrar de tamanho entre 2007 e 2010, a empresa sentiu as dores do crescimento. Em 2012, amargou prejuízo de R$ 6,7 milhões, resultado que empurrou o preço das ações para baixo e obrigou a empresa a diminuir o ritmo de expansão. Novas aquisições estão fora dos planos este ano, diz Luiza.

A meta em 2014 é crescer de forma sustentada. Para isso, conta com o bom desempenho das vendas no Rio Grande do Sul, que costuma visitar com bastante frequência. O hino rio-grandense ela já sabe de cor. Falta só aprender a tomar chimarrão.

Enquanto outras redes destacam a qualidade do produto ou o preço mais barato, o slogan da Magazine Luiza faz um convite: vem ser feliz!. Luiza Trajano é uma mulher feliz?
Eu sou muito feliz (risos). Felicidade é muito você aceitar as coisas da maneira como vêm. Há quatro anos, perdi meu marido subitamente e foi muito triste. Mas acredito que as coisas sempre vêm para que as pessoas possam desenvolver, melhorar. Lógico, sofremos, temos problemas. Mas felicidade é muito simples. É preciso querer ser feliz. Agradecer o que acontece de bom. Detesto a frase “era feliz e não sabia”. Quando meu marido morreu, a única coisa que me consolava era isso. Eu era feliz e tinha sabido aproveitar isso.

O que a faz rir à toa?
Meus netos e boas vendas. Fico muito alegre vendo as pessoas crescendo e conseguindo vencer os obstáculos. Pessoas com garra e determinação, que não reclamam muito das coisas. Gente que faz acontecer, de princípios, que luta por uma causa.

Uma de suas marcas é o otimismo sobre o Brasil. É avaliação de cenário ou é nato?
Não é que eu seja otimista e ache que tudo está certo. Apenas costumo ressaltar também as coisas positivas. Vivemos uma onda de pessimismo. O Brasil incluiu 5 milhões de pessoas no mercado de trabalho e parece que não foi nada. Uma década atrás, quando tínhamos uma loja com 50 vagas ficavam 2 mil pessoas na fila por um emprego.

E agora, mudou?
Agora abrimos uma outra filial na mesma cidade no interior de São Paulo, Rio Preto, tinha só 100 pessoas. E metade já tinha emprego. Sou daquelas que gosta de ver o copo do lado cheio. O lado vazio tem muita gente para mostrar. O Brasil precisa de líderes que também saibam ver o lado positivo.

Há motivos para as queixas dos empresários?
Eu costumo dizer para os colegas empresários que pensam muito negativo: “Está tão ruim? Então, vende o negócio e muda de país”. Trabalha aqui, ganha dinheiro aqui e acha que está tudo ruim? O Brasil é nosso. Não adianta eu reclamar de mim mesma. À medida que eu estou reclamando do país eu estou reclamando de mim. O que eu posso fazer para ajudar? Não é um otimismo sem participação. É se sentir responsável por construir um país melhor. Quem se sente responsável não aponta dedo.

Há um certo ranço do mercado em relação ao governo? 
A campanha eleitoral começou muito cedo este ano e isso traz muita coisa à tona. Temos muitos problemas para vencer. A infraestrutura está sendo enfrentada. Mesmo assim, temos conquistas. O país passou por uma crise global (2008) quase ileso. Afetou todo mundo e nós não sentimos. Dia desses recebi um empresário espanhol que me contou que os jovens na Espanha não têm emprego. E nossos jovens têm. Há coisas para melhorar, mas só nós conseguiremos isso. A renda triplicou em 10 anos.

Por que a resposta da senhora fez sucesso entre os jovens?

Eu me assusto com o pessimismo dos jovens. Eles vivem uma fase sem esperança, e de repente alguém mostra o copo cheio, o que o país tem de bom. E também porque o número que eu dei estava certo. E na semana seguinte foram divulgados dados mostrando que o país estava com os índices mais baixos de inadimplência.

O estilo da resposta contribuiu para a repercussão?

No http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/2014/05/fique-sabendo-presos-da-papuda-temem.html

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