quinta-feira, 16 de junho de 2011

E viva a esquerda latina americana

Sai o Consenso de Washington e entra o Consenso de Brasília

Recente eleição de Humala no Peru consolida avanço de líderes esquerdistas moderados na América Latina em detrimento do modelo impulsionado pelo venezuelano Hugo Chávez 


Falha de S. Paulo


Com a vitória de Ollanta Humala na eleição presidencial do Peru, avança na América Latina o que já vem sendo chamado de "consenso de Brasília".

Regimes de esquerda moderada, que combinam inclusão social com nacionalismo na exploração de recursos naturais e estabilidade macroeconômica, estão se consolidando na região.

Os maiores símbolos desse novo consenso são Brasil, Uruguai e El Salvador.

O reaça Prêmio Nobel Mario Vargas Llosa, conhecido defensor do livre mercado, apoiou Humala na eleição e falou do novo consenso em coluna no jornal espanhol "El País".

"Para que aqueles programas [sociais] sejam bem-sucedidos, é indispensável que o Peru continue crescendo, senão não há riqueza para distribuir. Os socialistas chilenos, brasileiros, uruguaios e salvadorenhos entenderam isso e, apesar de continuarem se chamando de socialistas, têm feito um governo social-democrata (não digo liberal para não assustar, mas não seria mentira)."

Na América do Sul, só restaram dois países grandes com governo de centro-direita -Chile e Colômbia. E mesmo esses estão se movendo para a centro-esquerda.

O governo de Sebastián Piñera no Chile é considerado uma continuação do Concertación (coalizão de partidos de centro-esquerda).

Piñera adotou medidas mais identificadas com a esquerda do que com a direita -renegociou os impostos da mineração e quer aprovar licença-maternidade de seis meses.

Na Colômbia, o presidente Juan Manuel Santos tem sido criticado por seu antecessor Alvaro Uribe por medidas de indenização de vítimas do conflito armado e um plano de devolução das terras de camponeses expropriadas por paramilitares de direita.

O Peru, que durante o governo Alan García seguiu à risca os preceitos do consenso de Washington de atração de investimentos e abertura comercial, não enfatizou os programas sociais, e esse foi um fator determinante para a eleição de Humala.

"O Peru foi um golpe contra a direita, que acreditava que bastava ter boas políticas e crescimento econômico para resolver a pobreza", diz Michael Shifter, presidente do Inter-American Dialogue.

"Essa eleição aponta para a consolidação de um esquerdismo moderado na região. Podemos falar no avanço de um "consenso de Brasília", baseado em agenda social e política macroeconômica responsável dentro de um arcabouço democrático."

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