terça-feira, 9 de agosto de 2011

"Ele se refere, obviamente, ao Tea Party, que não aceita qualquer tipo de aumento de impostos e quer empurrar toda a conta para a coluna dos gastos sociais."

Krugman, sobre o banho de sangue: O problema é político, não econômico

Alice, via @renanhrs, no tumblr:
“Este é o mais estúpido tea party do qual já participei”
por Luiz Carlos Azenha
O dia terminou com uma perda superior a 6% em Wall Street que, pelo tamanho do mercado, é o que realmente conta. O preço do ouro subiu e o do petróleo despencou. Com a grande dependência que a bolsa brasileira tem das flutuações da Petrobras, é natural que a Bovespa tenha despencado ainda mais.
Nos Estados Unidos, Paul Krugman botou, mais uma vez, o dedo na ferida.
Primeiro, sobre o rebaixamento do crédito dos Estados Unidos pela Standard & Poor’s, ele rememorou o fracasso da mesma agência de classificação de risco em 2008:
Notoriamente, a S & P deu à Lehman Brothers, cujo colapso disparou o pânico global, uma nota A no mês em que a empresa faliu. E como a S&P reagiu quando a empresa que tinha a nota A faliu? Divulgou um relatório negando que tivesse feito qualquer coisa errada.
Mais adiante:
O governo dos Estados Unidos não tem tido problema para emprestar e cobrir seu atual déficit. É certo que estamos acumulando dívida, sobre a qual eventualmente pagaremos juros.
Mas se você fizer as contas, em vez de declamar os grandes números com voz diabólica, vai descobrir que mesmo grandes déficits, nos próximos anos, terão pequeno impacto na sustentabilidade fiscal dos Estados Unidos. Não, o que faz os Estados Unidos parecerem frágeis não é a matemática, é a política.
E, por favor, vamos deixar de lado as declarações de que os dois lados [republicanos e democratas] são culpados. Nossos problemas são todos em um lado só, especificamente, eles são causados pela ascensão da extrema direita, que está preparada para criar repetidas crises em vez de ceder um centímetro só em suas exigências.
A verdade é que, do ponto-de-vista econômico, os problemas fiscais de longo prazo dos Estados Unidos não são muito difícies de consertar. É verdade que a população envelhece e que os gastos com saúde, sob a política atual, estão crescendo mais rapidamente que a receita. Mas os Estados Unidos tem custos de saúde muito maiores que os de outros países desenvolvidos e impostos bem mais baixos pelos padrões internacionais.
Se conseguissemos nos mover em direção à norma internacional, nas duas frentes, nossos problemas de orçamento seriam resolvidos. A questão real enfrentada pelos Estados Unidos, mesmo em termos puramente fiscais, não é se vamos cortar ou não um trilhão do déficit. É se os extremistas bloqueando qualquer tipo de política responsável podem ser derrotados e marginalizados.
Ele se refere, obviamente, ao Tea Party, que não aceita qualquer tipo de aumento de impostos e quer empurrar toda a conta para a coluna dos gastos sociais.

No http://www.viomundo.com.br/politica/krugman-sobre-o-banho-de-sangue-o-problema-e-politico-nao-economico.html

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