quarta-feira, 25 de julho de 2012

"A pergunta que não quer calar: quem vai pagar pelo que essa senhora sofreu?"

Vítima de Veja e Folha...

Vítima de Veja e Folha, Erenice é inocentada

Em plena campanha eleitoral, ela foi derrubada por reportagem de Veja que dizia que funcionários do Planalto recebiam propina dentro da Casa Civil e por outra da Folha que apontava lobby bilionário no BNDES em favor de um estranho personagem chamado Rubnei Quícoli; era tudo mentira
Tida como braço direito e “irmã” da presidente Dilma Rousseff, a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, foi alvo de um tiroteio pesado durante a campanha presidencial de 2010. Contra ela, havia canhões apontados pela revista Veja e pela Folha de S. Paulo.
Da Abril, partiu uma das mais estranhas reportagens da história recente. Chamava-se “Caraca, que dinheiro é esse?” e relatava entregas de pacotes de até R$ 200 mil, dentro da Casa Civil, que era comandada por Erenice Guerra. Tudo a partir de relatos em off. Eurípedes Alcântara, publicou até um editorial chamado “O dever de publicar”, em que afirmava que o papel da imprensa era ter coragem de noticiar – mesmo que pudesse vir a ser acusada de tentar influir em resultados eleitorais. Mais recentemente, soube-se que Veja engavetou uma entrevista com José Roberto Arruda, também no período eleitoral, porque o ex-governador do Distrito Federal acusava o ex-senador Demóstenes Torres de tentar obter vantagens no GDF.
Da Folha, as acusações também foram inacreditáveis. Um sujeito que se apresentava como consultor, chamado Rubnei Quícoli, mas tinha extensa ficha criminal, afirmava que o filho de Erenice lhe cobrava uma propina de 5% para liberar um empréstimo bilionário no BNDES para uma empresa de fundo de quintal.A propósito, Rubnei confessou, recentemente, que recebeu dinheiro da Veja para acusar o PT e Dilma.
Para evitar danos maiores à campanha presidencial, Erenice Guerra foi demitida, ainda que as acusações fossem totalmente inconsistentes.
Nesta quarta-feira, no entanto, a mesma Folha que ajudou a derrubá-la noticia que o inquérito foi arquivado pela Justiça Federal. O motivo: falta de provas.
Este caso chegou até a ser abordado pelo ex-presidente Lula, numa crítica recente ao comportamento eleitoral de parte da imprensa. “Erenice foi execrada, acusada de tudo quanto é coisa”, disse ele. “Quando terminou a campanha, o acusador em Campinas retirou a acusação na primeira audiência e a imprensa, que a massacrou, não teve coragem sequer de pedir desculpas à companheira Erenice”.
Na reportagem desta quarta-feira, a Folha reconhece que “o escândalo tirou votos de Dilma e acabou contribuindo para levar a eleição ao segundo turno”.
Resta, agora, à Erenice botar para foder na Veja, na TV Globo, no Estadão, na Folha para cobrar danos morais pelo mal que o PiG causou a ela, a seus familiares e parentes.É chegada a hora de o PT perder o medo e convidar Civita, Frias, Marinho, Mesquita para prestarem depoimentos na CPMI do Cachoeira.O PiG não pode viver eternamente impune.

O PiG esconde e o Terror mostra:Justiça Federal arquiva processo contra Erenice Guerra

O Portalão Uol colocou a matéria bem escondidinha, o Estadão e a Veja sequer tocaram no assunto, mas a blogosfera formiguinha foi atrás e encontrou a matéria. A pergunta que não quer calar:quem vai pagar pelo que essa senhora sofreu?

Um ano e sete meses depois de aberto, o inquérito que apurou tráfico de influência na Casa Civil durante a gestão da ex-ministra Erenice Guerra foi arquivado pela Justiça Federal.O advogado Mário de Oliveira Filho afirmou à Folha que a Justiça não encontrou provas de que sua cliente e familiares cometeram crime.
O juiz Vallisney de Souza Oliveira, que determinou o arquivamento, não foi encontrado pela reportagem para comentar o assunto. A Justiça Federal em Brasília também não informou o conteúdo da decisão.
O Ministério Público Federal no Distrito Federal e a Polícia Federal que, segundo o advogado, acompanharam a decisão do juiz, não se pronunciaram.
Erenice perdeu o cargo de ministra da Casa Civil em 2010, em meio à disputa presidencial. A queda ocorreu no dia em que a Folha revelou que ela recebeu no gabinete um empresário e o orientou a contratar a consultoria do seu filho para conseguir um empréstimo no BNDES.

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