terça-feira, 31 de maio de 2011

Como disse Eduardo Guimarães, esse tipo de jornalismo é uma droga!


‘Irmãos Marinho não poupariam nem a mãe, para vender revista’


Leitores me pedem que opine sobre a reportagem de capa da revista Época do último fim de semana, em que, através de montagem, exibiu a presidente da República de olhos fechados contra um fundo aveludado e negro como o de um esquife, como se estivesse morta. A montagem fica ainda mais bizarra porque Dilma sorri suavemente.
Um detalhe ainda mais macabro e que muitos talvez não conheçam por não terem tido a morbidez de lerem a reportagem que versava sobre a saúde de Dilma foi notado pelo amigo e repórter da revista Carta Capital Leandro Fortes, que, enquanto folheava a Época, perplexo, chamou-me para ver gráfico em que a presidente teve a imagem “fatiada” como naqueles cartazes de cortes de bois expostos nos açougues.
A montagem psicopata apontava órgãos internos de Dilma com setas, aludindo a supostos problemas que teria aqui ou ali.
Vi aquela barbaridade enquanto conversava com o Leandro no domingo, em Porto Alegbre, quando o encontro dos blogueiros do Rio Grande do Sul já caminhava para o encerramento. Acabei comprando a revista sensacionalista. Precisava analisar aquilo.
Poucas horas depois, ao tomar o vôo para São Paulo, comecei a conversar com alguém que parecia aprovar a reportagem da revista sensacionalista. Fez um comentário e um gracejo ao me ver lendo a Época. Perguntei o que achava daquilo. Respondeu que achara “muito criativa, a idéia”.
Quando disse ao meu interlocutor de que tamanha falta de respeito não se devia a “criatividade”, mas a luta política, discordou da premissa. Sua tese até faz sentido, apesar de que não descarto o jogo político. Afirmou que, para vender revista – ou qualquer outra coisa –, os irmãos Marinho não hesitariam em expor “a própria mãe”.
Conclusão: quanto mais se reclama da baixaria, mais se ajuda a Globo a ganhar dinheiro. Simplesmente porque há muita gente sem caráter, por aí, que se diverte com uma barbaridade como aquela. Ao menos enquanto não for vítima de vilania do mesmo quilate.

Diga “não” às drogas

• 31/05/11 • 14:58 • (23)

Aviso aos navegantes: além de blogueiro “sujo”, “primário”, “regressista” e “chapa-branca”, também sou chargista. E ando com uma vontade de voltar a desenhar…

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