segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pequeno resumo sobre o CHURRASCO DE "GENTE DIFERENCIADA" EM HIGIENÓPOLES

Churrasco de “gente diferenciada” em Higienópolis vira hit na web

Olá,
O anúncio de que o Metrô de São Paulo mudou o local que abrigaria uma das suas estações, no bairro de Higienópolis, tradicional bairro de elite da capital paulista, levou a região ao ranking dos assuntos mais comentados do dia no Twitter – com todas as piadas que essa posição significa. Além disso, no Facebook, milhares de paulistanos aderiram ao “Churrascão da Gente Diferenciada”, marcado para acontecer no sábado, 14/05/11, em frente ao shopping que leva o mesmo nome do bairro. 
Convite para o “churrasco” em Higienópolis: 13 mil adesões até as 18h30
Isso acontece porque, em agosto de 2010, uma associação de moradores de Higienópolis anunciou que se opunha à construção da estação na região. A justificativa oficial, que acabou abraçada pelo governo do Estado, é que a estação da linha 6-laranja, que vai ligar a zona norte ao centro da capital paulista, ficava próxima demais, a 610 metros, da futura estação Higienópolis-Mackenzie, e longe demais, a 1.500 metros, da estação PUC-Cardoso de Almeida. A linha tem previsão de ficar pronta em 2017. Segundo o Metrô, o projeto da localização da futura estação Angélica está sendo reavaliado visando ao melhor equilíbrio da linha e para atender usuários moradores das áreas da região do Pacaembu, bairro vizinho a Higienópolis.
O problema, para Higienópolis, é que alguns moradores da região se colocaram contra a obra porque ela atrairia, segundo uma moradora entrevistada pelo jornal Folha de S.Paulo, “drogados, mendigos, uma gente diferenciada…” Foi o bastante para que a expressão “gente diferenciada”, que já tinha sido destaque no Twitter em 2010, voltasse à baila na tarde desta quarta-feira, 11/04/11 – e desse nome ao “churrascão”. Além disso, não foi a primeira vez que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) recuou diante de pressões contra o metrô: a mesma coisa aconteceu em um bairro da zona sul da cidade, que também conseguiu barrar uma estação, da linha amarela.
Até as 18h30, 13 mil pessoas já tinham prometido participar do churrasco. O abaixo-assinado dos moradores de Higienópolis contra o metrô reuniu 3.500 assinaturas. Se os internautas cumprirem a “promessa”, com estação ou sem estação Higienópolis terá seu dia de churrasco com pagode.
É muito preconceito…
Vou fazer de tudo para também participar deste churrasco… Rs
Lyllyan

http://newspressrelease.wordpress.com/2011/05/12/churrasco-de-gente-diferenciada-em-higienopolis-vira-hit-na-web/

Churrasco da Gente Diferenciada reúne 4 mil pessoas em Higienópolis e é ato inédito no Brasil

Sim, 4 mil pessoas. Pelo menos. Explico o número. O ato de ontem em Higienópolis teve 4 momentos: concentração na praça Villaboim, encontro na frente do shopping Higienópolis, caminhada na avenida Angélica e aglomeração final na frente do Pão de Açúcar, na esquina das ruas Sergipe e Angélica, onde seria a estação de metrô combatida por parte da população do bairro –e apoiada pelo movimento de ontem. Esses 4 momentos, juntos, duraram pelo menos 6 horas (entre 14h e 20h). Em nenhum minuto dessas 6 horas o ato ficou esvaziado. Conheço algumas pessoas que só foram na Villaboim, porque tinham compromissos ou moravam perto. Outros tantos não se animaram a seguir andando até a Angélica e foram pra casa do shopping. Muitos ficaram pouco no local da estação, tinham outros compromissos ou já estavam cansados. Por outro lado, muita gente, ao saber pela internet, telefonemas ou SMS que o ato estava legal, chegou mais tarde, quando o povo já estava no Pão de Açúcar. Tinha muita gente ’nova ’, moradores inclusive, aparecendo pro churrascão quando já era noite.
 
                                          Aqui era só o começo da concentração no shopping
Com esses dados na mão, conversei com amigos jornalistas acostumados a cobrir manifestações dos mais variados tipos. A conclusão é unânime. Em português claro, ali não tinham só 600 pessoas, como diz a PM, NEM FUDENDO. Vale lembrar que a Folha só divulga números da PM. E os outros jornais falaram em cerca de mil pessoas mas, mesmo assim, não participaram do churrasco de ontem só mil pessoas NEM FUDENDO.

Tradicionalmente a Policia Militar joga os números reais de participantes (muito) pra baixo. E seus palpites sempre são um chute, não há critério científico algum. Aliás é bom lembrar que a única vez em que houve algum critério científico na aferição de pessoas em eventos no Brasil foi nos comícios das Diretas Já, quando eram feitas fotos aéreas, calculados o números de pessoas por metro quadrado e a renovação de público X números de horas de duração do evento, entre outros fatores. Hoje em dia, é tudo chute puro. E palpite por palpite, me desculpem, mas confio mais no meu e no dos meus amigos jornalistas do que no da PM ou no de outros jornalistas –mal-humorados. Enfim, levando-se em consideração os fatores do começo do texto (4 momentos, duração etc) as estimativas de participantes, feitas por quem esteve lá o dia todo e já esteve em dezenas de manifestações, giraram entre 3 e 5 mil pessoas. Fechei então na média, 4 mil pessoas no Churrascão da Gente Diferenciada.
 
Aqui o povo subindo a Angélica, quando muita gente já tinha ido embora, e muita gente nem tinha chegado ainda. Foram só 600 pessoas ao longo do dia todo. Ã-hã..
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IMPORTANTE, EMOCIONANTE E INÉDITO
O Churrasco de ontem foi IMPORTANTE porque trata de duas das questões centrais nessa cidade: primeiro a absurda falta de transporte público, principalmente metrô (isso sem falar no absurdo da passagem de ônibus a 3 reais) e segundo tocou na ferida do preconceito contra pobre por boa parte da população não-pobre, especialmente em bairros mais tradicionais como Higienópolis (cidade da higiene, em latim). Pior, há um enorme preconceito contra metrô e transporte público em geral, como se só pobre precisasse de metrô…
Por essas e outras levei alguns cartazes prontos (e cartolinas em branco, muito bem preenchidas pelo pessoal) para, de forma bem-humorada, denunciarmos o preconceito do bairro. A ideia era  “representar a associação de moradores”. O cartaz que mais apareceu em fotos e TV dizia “Só ando de metrô em NY, Londres e Paris”. Mas o meu favorito, que mais sorrisos amarelos de vizinhos causou ao longo do dia, é criação do genial Edson Monteiro, amigo de quase duas décadas, que dizia: “Minha empregada que venha a pé!! ”. VEJA GALERIA NO PÉ DO POST.
O churrasco de ontem foi EMOCIONANTE por vários motivos. Por provar que uma mobilização da Internet pode chegar as ruas; por juntar ricos e pobres em torno de uma causa nobre como o metro; pela civilidade absoluta dos participantes, moradores e policia; pelo bom humor; pela ocupação do espaço público… enfim, só quem esteve lá pra saber do que estou falando… foi demais.
O churrasco de ontem foi INÉDITO principalmente porque não tinha nenhuma liderança. Ninguém comandava aquilo. A CET chegou pra mim e um amigo no começo da noite e perguntou quem era o organizador, queria negociar o desimpedimento da avenida Angelica. “Não tem organizador, e por isso é legal”, respondemos. “Legal pra vocês”, respondeu o homem, indo embora. Nenhum partido político ou sindicato estava lá. Pequenos grupos de outros movimentos (passe livre, bicicletada, etc) compareceram, mas ninguém comandou o ato. Ninguém era de ninguém no melhor dos sentidos. Foi a coisa mais espontânea e bonita que eu já vi em Sao Paulo. Tomara que tenham muitos outros como esse, por muitos outros motivos, e que sejam atos igualmente livres e sem liderança. E igualmente importantes e emocionantes.
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                Esse cartaz saiu até na Globo (SPTV)
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                O momento da criação que causaou a ira de alguns moradores…
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                “Metrô em Higienópolis só com entrada social e de serviço”
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Adoro o colega Fernando Barros e Silva (de vermelho, ao fundo), na mesma foto que eu com a camiseta da fAlha. Enfim, foi um ato plural
No http://blogdadilma.blog.br/2011/05/churrasco-da-gente-diferenciada-reune-4-mil-pessoas-em-higienopolis-e-e-ato-inedito-no-brasil.html

O que a elite midiática ainda não entendeu


Essa elite ainda não entendeu nada. Os que se manifestaram diante do shopping Higienópolis e na avenida Angélica no último sábado, não foram às ruas para que seja construída uma estação de metro e tampouco são diferentes dos cidadãos do bairro de Higienópolis.
Parece que a brincadeira que levou dezenas de milhares de jovens a dizerem no Facebook que pretendiam fazer um churrascão diante do shopping daqueles que acham que quem não mora ali é “diferenciado”, foi levada ao pé da letra. A maioria, porém, só estava brincando.
Todavia, alguns acharam boa uma idéia que, inicialmente, foi apenas uma brincadeira de um rapaz de 24 anos, Danilo Saraiva, jornalista, que não tem qualquer militância política, como vem fazendo questão de frisar nos últimos dias. É tão neófito em militância política que chegou a ficar assustado com a dimensão que sua brincadeira tomou.
Há, também, outros que parece que não entenderam a razão do protesto ou quem são os que decidiram protestar.
Vários colunistas da grande imprensa – coincidentemente, os que residem em Higienópolis – estão se esforçando para mostrar que, naquele bairro, vige uma mentalidade que pode até não ser de todos, mas é de boa parte dos que ali vivem.
Colunistas da Folha e da Veja, por exemplo, como Sergio Malbergier e Fernando de Barros e Silva, do primeiro veículo, ou Reinaldo Azevedo, do segundo. Todos, entre outros, foram ao churrascão e depois “denunciaram” que não viram gente miserável, mas de classe média.
Juram? Quer dizer que não havia esfomeados e maltrapilhos entre aqueles que viram o protesto no Facebook, que tem sido identificada como a rede social para qual a classe média migrou, fugindo da popularização do Orkut?
Deixem de ser ridículos, meus caros colunistas. É óbvio que havia gente das classes B e C, apenas, entre os que foram para diante da Folha. Havia gente que mora até em bairros ditos “nobres”, como este primário blogueiro, mas também havia gente de Perus, Itaquera…
O colunismo paulista também tenta desviar a questão lembrando que há lugares mais importantes para se construir metrô do que na avenida Angélica. Aliás, concordo. Estações de metrô têm que ir até a periferia para transportar para o centro a massa que se espreme desumanamente em ônibus e lotações diariamente.
O protesto, porém, não foi convocado por isso e, sim, porque estação de metrô que seria construída em Higienópolis deixou de ter projeto por ordem do governador Geraldo Alckmin só para atender aos interesses de um número ínfimo de pessoas. E, também, devido ao preconceito de quem se acha mais igual…
Os colunistas também implicam com o número de manifestantes, fugindo da conclusão óbvia de que a maioria não levou o protesto a sério, achando que era só uma brincadeira. E depois que o autor do protesto manifestou medo de “violência”, tudo ficou ainda mais difícil, apesar de ele ter voltado atrás e mantido a convocação.
O que se está combatendo, então, é a velha prática de governantes se elegerem com o voto da maioria e governarem para a minoria – pois a estação que se pretendia construir certamente desafogaria o tráfego no centro e facilitaria a vida de quem ali trabalha – e um direito que os ricos brasileiros julgam ter que é incompatível com a cidadania.
De qualquer forma, não importa o que essa gente pensa ou escreve em seus jornalões e revistões, ou o que omite em suas redes de televisão. O fato é que esse episódio do “churrascão da gente diferenciada” mostra que as redes sociais estão mudando o mundo e que podem, agora, desmentir a imprensa.
No fim da tarde de sábado, por exemplo, a imprensa falava em 200, 300 manifestantes. Então, as redes sociais foram tomadas por fotos e vídeos do ato e em questão de 30, 40 minutos os veículos começaram a corrigir a informação, ainda que teimem em reduzir o número de manifestantes que fechou, literalmente, toda uma região.
A partir de agora, e cada vez mais, as pessoas pararão de depender dos meios de comunicação de massa tradicionais para que sua opinião seja formada e as informações que antes lhes eram “proibidas” serão difundidas como nunca antes.
A possibilidade de “tribos” se interconectarem é um fenômeno que permitirá alteração jamais vista na formação da opinião pública. Nada mais pode ser escondido por qualquer jornal, revista, rádio, tevê ou portal de internet. É isso o que estes ainda não entenderam.

Comentário:


Edu

O PIG entendeu sim. No desespero do ocaso está se fazendo de desentendido. E está tremendo nas bases porque já sacou que a cada dia vai ficar mais difícil manipular com suas mentiras. Então, esta desqualificação é uma das últimas tentativas de aparecer como formadores de opinião. A cada minuto, a cada dia, eles vão ficando pra trás e servindo de chacota. A cada momento que tentam espernear, vão mostrando cada vez mais ao povo diferenciado (que vai conseguindo acesso à internet de alguma forma e por todos os meios), que não passam de pau mandado dos que em algum momento foram poderosos manipuladores de um povo gado e ignorante, que graças à internet e a pessoas realmente engajadas, está acabando e se modificando até o momento que eles terão que captular ou se aposentar, vestir o pijama e ficar roendo os cotovelos em casa.
Nunca Dantes nesse PAÍS o povo teve tanta certeza da sua importancia .

No  http://www.blogcidadania.com.br/2011/05/o-que-a-elite-midiatica-ainda-nao-entendeu/

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