terça-feira, 24 de abril de 2012

"Regina Casé descobriu nas suas reportagens, por exemplo, que as favelas têm este nome por causa de uma árvore da caatinga"


Ricardo Azevedo - Divulgação
Estêvão e Regina Casé

Só pra crianças: Regina Casé conta de onde vem a palavra favela


Cada árvore guarda uma história. É o que mostra Regina Casé com o programa "Um Pé de Quê?", produzido há 11 anos pelo Canal Futura. Ele já abordou quase duzentas árvores e deu origem a quatro livros, com diferentes biomas, lançados pela editora WMF Martins Fontes: "Favela" (caatinga), "Seringueira" (Amazônia), "Pau-Brasil" (mata atlântica) e "Umbu" (pampa). E mais três obras estão a caminho.


Estêvão e Regina CaséRegina e o diretor do programa de TV, Estevão Ciavatta, estiveram neste sábado (21) no Salão FNLIJ do Livro, que acontece desde o dia 18 de abril até dia 29, no Rio de Janeiro, para contar um pouco do que aprenderam, com as árvores, sobre o Brasil.

Regina Casé descobriu nas suas reportagens, por exemplo, que as favelas têm este nome por causa de uma árvore da caatinga, cheia de espinhos, que ocupava o morro da Providência (no Rio de Janeiro) -- local onde se formou a primeira favela do país. Ele foi chamado de "o morro da favela", e seus moradores eram "o pessoal da favela". Depois, mais aglomerados foram se formando em outros morros, e cada um recebeu um nome diferente, como Providência.
Além de ouvir essa e outras histórias curiosas, as crianças presentes no Salão também contaram sobre árvores que já plantaram.

Ana Maria Machado: Qual o dia mais feliz da sua vida?

Em outro espaço do Salão, foi a vez de as crianças voltarem no tempo no lançamento de "Histórias Greco-Romanas" e "Histórias Árabes" (ed. FTD), de Ana Maria Machado. Quiseram saber qual o primeiro livro que ela escreveu, qual sua obra mais famosa e qual livro mais gostou de fazer. "É difícil escolher apenas um. Mas um livro que adorei fazer foi o 'Menino Pedro e seu Boi Voador'. Pedro era meu filho, o livro era divertido e criei em cima de uma brincadeira que a gente fazia em casa."

Perguntaram também se a escritora gostava de contar histórias. "Eu adoro contar, mas gosto mais ainda de ouvir história. Desde que era criança, gosto que contem história para mim. Quis aprender logo para eu mesma poder ler as histórias." E ainda, se ela lia todo dia ("sim"), quanto tempo demora para escrever um livro ("alguns meses") e qual foi o melhor dia de sua vida. Ana Maria respondeu que foram três: os dias em que nasceram seus filhos.
"Quando você termina um livro, quanto tempo depois escreve outro?"

Ana Maria adorou a pergunta. "Há 40 anos me encontro com leitores que me fazem perguntas. Esta é uma pergunta ótima e é a primeira vez que me fazem." A escritora disse que não sabe exatamente a resposta. "Às vezes ainda nem acabei um livro e já estou com outra ideia e começo a anotar. Às vezes demora muito. Mas sua pergunta é ótima porque na verdade você quer saber se a gente se esvazia tanto quando termina um livro que precisa esperar muito para voltar a escrever."

Falou sobre seu próximo livro. "Estou no meio de um livro, para crianças bem pequenas, sobre as coisas que a gente faz no fim de semana."

Perguntaram o que a escritora diria a quem não gosta de ler. "Escolhe outro. É a mesma coisa com namorado. Se você não gosta do seu, digo: briga com ele e começa com outro. De algum você vai gostar."

Antonio Caloni: livro em família

Enquanto andavam de carro, o ator e escritor Antonio Calloni, sua esposa e também escritora Ilse Rodrigues e o filho do casal, Pedro Calloni inventaram uma história para passar o tempo. Uma ideia puxou outra pelo caminho e o trio chegou ao livro "João Maior do que um Cavalo e Maria Menor do que um Burro" (ed. Rocco), lançado no Salão neste domingo.

"Até que a gente percebeu que era uma história de amor, de companheirismo e generosidade, muito interessante, e nos sentamos para escrever", contou Antonio Calloni. "Cada um escreveu a sua versão, mexeu na do outro, tudo feito com muita harmonia e prazer", completou. Eles leram o livro para a plateia e contaram que pretendem lançar outras obras em conjunto.

Serviço:
14º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens
Data: até 29/4, das 8h30 às 18h (de segunda a sexta) e das 10h às 20h (sábados e domingos)
Local: Centro de Convenções SulAmérica (av. Paulo de Frontin, 1, Cidade Nova, Rio de Janeiro, RJ; tel. 0/xx/21/2530-4463)
Preço: R$ 5. Todas as crianças ganham um livro na saída do evento

Fonte: Agência de Notícias Jornal Floripa e Folha de S. Paulo
 
No http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=181544&id_secao=11
 
 

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