segunda-feira, 29 de outubro de 2012

"Bem, espero que o PT, que é o partido para o qual eu voto, comemore bastante a vitória de Haddad, mas também perca alguns minutos para refletir sobre a derrota no nordeste e, em especial na Bahia, quarto maior colégio eleitoral do país e o único grande estado da região controlado pela legenda."


Leitor: Em governo trabalhista de Jaques Wagner, professor passou fome

publicado em 29 de outubro de 2012 às 16:53
por Andre, em comentário aqui
E salvador ficou menor
E o reinado de acm II já começou com uma gafe imperdoável. Explico. No seu discurso da vitória, o alcaide recém eleito esqueceu de agradecer ao seu maior cabo eleitoral: o governador Jaques wagner. O único dos grandes governadores do nordeste que não conseguiu eleger o seu candidato e, portanto, maior derrotado das urnas abertas ontem.
Com certeza, os 5 pontos que separaram pelegrino I do cobiçado trono da Roma negra, podem tranquilamente serem imputados à maior e mais desastrosa greve dos professores que esse estado já viu. Para quem não lembra, foram quase 4 meses sem aulas.
Onde governo e sindicato, comandado pelo pcdob, entraram numa queda de braço inédita que só prejudicou a sociedade em três dos seus elementos mais sensíveis: crianças, professores e mães de família. Essa greve, muito mais do que aquela da polícia às vésperas do carnaval, deixou sequelas gravíssimas no ponto em que o PT mais tenta se diferenciar dos outros partidos: a sensibilidade social.
Venho de uma família de classe média baixa e lá, nas questões políticas, meus pais e irmãos, com raras exceções, sempre fecharam com Lula e o PT. Por uma questão mais de identificação do que de ideologia. Mas, ao contrário de outras eleições, o que eu pude ver em minha própria casa foi o nascimento de um antipetismo histérico do qual eu ouvira falar que só existia nos salões mais nobres do reino de higienópolis.
Jamais aqui, tão perto e numa casta tão desprivilegiada. Esse sentimento gerou fenômenos estranhos. Se em outros anos eu conseguia dobrar os votos direitistas de um ou outro da família, esse ano eles é que tentaram dobrar o meu. Estranho…
Fui tentar entender o fenômeno. Comecei pelo mais óbvio. Minha mãe é professora. Dedicada, doada ao seu ofício, destas que fazem falta hoje em dia e que poderiam ser a ponte necessária para mudar a educação nesse país. Durante meses de greve, ela e colegas tiveram que doar alimentos para as cestas básicas das colegas que tiveram seus salários cortados e estavam passando fome. Sim: no governo do trabalhista jaques wagner havia professores estaduais com ponto cortado passando fome!
Quando, conversando com minha mãe, soube dessa situação, além de, perder argumentos e sentir tristeza, pensei com os meus botões “essa eleição está perdida”.
jaques wagner é um governador estranho. De militante, sindicalista pé no chão e na porta da fábrica, se transformou num dos governadores mais ausentes que minha curta existência pode perceber. Depois que chegou ao poder, nunca o vi andando pelas ruas da cidade, visitando bairros, conversando com o povo. Mudou muito…
Ao invés de estimular o rejuvenescimento e o arejamento do partido, de quadros limitados, na Bahia, preferiu juntar-se a figuras eméritas no antigo carlismo que sempre combateu como Otto Alencar, Cesar Borges, Gedel e que tais.
Soube que comprou um belo apartamento na vitória, o qg da sociedade mais tradicional da Bahia, soube também que anda de helicóptero frequentemente, como forma de fugir do trânsito caótico que o nosso povo enfrenta hoje em salvador, e em véspera de eleição promoveu um mega casamento para o seu enteado (também na vitória, reduto da nossa mais tradicional burguesia), com a ilustre presença da nossa querida presidenta.
Quando falei que ele era um cara estranho no começo do parágrafo, não foi por nenhum desses fatos narrados, que isso fique bem claro, mas pela simples constatação de que talvez ele ache que o povo não vê as coisas.
eduardo campos é um cara ambicioso. Mas talvez ele possa e deva ser. Seu governo tem a marca do desenvolvimento, da inovação, do crescimento do seu estado. Os irmãos gomes são orgulhosos do seu estado. E talvez eles possam e devam ser. Seu governo tem a marca da transformação na educação e de uma gestão muito bem pensada. jaques wagner…
Bem, espero que o PT, que é o partido para o qual eu voto, comemore bastante a vitória de Haddad, mas também perca alguns minutos para refletir sobre a derrota no nordeste e, em especial na Bahia, quarto maior colégio eleitoral do país e o único grande estado da região controlado pela legenda.
Que o partido exija a renovação dos quadros e não aceite esse jogo de comadres onde só se revezam nomes como wagner, pelegrino e pinheiro. Sempre esses, sempre em alternância. Que o partido aqui inspire juventude e volte a andar mais perto do povo. Ou então veja o carlismo renascer e tomar conta de tudo – o que hoje é uma forte tendência.
Que Lula e Dilma, venham mais para mostrar de verdade quanto gostam do nosso povo, trazendo investimentos, novidades, para resolver problemas e não apenas em época de eleição. Pois esse truque de fazer uma administração qualquer, distante do povo e depois na eleição dizer “sou do time de lula e dilma” por si só não funciona mais. Se quer alinhamento total de mostrar e provar que ele fez bem pra cidade, pro estado.
Quero poder ter motivos reais para dar à minha família para que ela volte a votar no PT novamente. Motivos dos quais me orgulhe e que não seja a propaganda vazia e gritante que o governo do estado faz hoje aqui.
PS: para manter os fatos narrados nesse post mais próximos da realidade, o nome de quase todos os personagens foram grafados em caixa baixa.

No http://www.viomundo.com.br/politica/leitor-em-governo-trabalhista-de-jaques-wagner-professor-passou-fome.html

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