Feministas a Bernardo:
vada a bordo !
O
Conversa Afiada reproduz manifesto de organizações de mulheres contra o Big Brothel Brasil:
Movimento feminista pede direito de resposta e que Ministério Público Federal investigue responsabilidade da Globo no caso BBB
Organizações de todo o país
entendem que a emissora pode ser responsabilizada pela ocultação de fato
que pode constituir crime; por prejudicar as investigações da polícia;
ocultar da vítima todas as informações sobre o que tinha acontecido
quando ela estava desacordada e por enviar ao país uma mensagem de
permissividade diante da suspeita de estupro de uma pessoa vulnerável.
A Rede Mulher e Mídia e dezenas
de outras organizações signatárias vão protocolar, na manhã desta
quinta-feira (19), uma representação ao Ministério Público Federal
pedindo a investigação da responsabilidade da Rede Globo no caso do
suposto estupro que aconteceu no programa Big Brother Brasil na
madrugada do dia 15 de janeiro. O documento, direcionado à Procuradoria
Regional dos Direitos do Cidadão, solicita que o MPF adende ao
procedimento já instalado pelo órgão sobre a Globo a análise de outros
aspectos ainda não considerados pela Procuradoria.
As organizações entendem que,
além do aspecto da estigmação das mulheres, que já está sendo apurado
pelo MPF, é preciso investigar a responsabilidade da emissora pela
ocultação de um fato que pode constituir crime; por prejudicar as
investigações da polícia; por ocultar da vítima todas as informações
sobre o que tinha acontecido quando ela estava desacordada e por enviar
ao país uma mensagem de permissividade diante da suspeita de estupro de
uma pessoa vulnerável.
Na representação, as entidades
signatárias relacionam uma série de ações da emissora e da direção do
BBB que teriam resultado nesses questionamentos. Entre elas, a edição da
cena feita no programa de domingo e as declarações do direito geral
Boninho e do apresentador Pedro Bial, que transformou uma suspeita de
violência sexual em “caso de amor”.
“Tal postura da emissora não
apenas viola a dignidade da participante como banaliza o tratamento de
uma questão séria como a violência sexual, agredindo e ofendendo todas
as mulheres”, diz um trecho da representação.
O documento também destaca que,
pelo áudio da conversa da participante Monique com alguém da produção
do programa, vazado na internet no dia 16, fica claro que ela, até
aquele momento, não tinha assistido às cenas da madrugada do dia 15. E
lembra que, somente no dia 17 de janeiro – portanto, mais de 48 horas
depois do ocorrido – os envolvidos foram ouvidos pela polícia e
possíveis provas do crime foram recolhidas. A emissora, assim, teria
violado o direito da participante saber o que tinha se passado com ela
enquanto estava desacordada e prejudicado as investigações da polícia.
Por fim, as organizações do
movimento feminista solicitam um direito de resposta coletivo em nome de
todas as mulheres que se sentiram ofendidas, agredidas e que tiveram
seus direitos violados por este comportamento da Rede Globo.
Além da Rede Mulher e Mídia,
estão entre as signatárias da representação a Marcha Mundial das
Mulheres, Articulação de Mulheres Brasileiras, Rede Nacional Feminista
de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, Articulação de ONGs
de Mulheres Negras Brasileiras, Liga Brasileira de Lésbicas, Blogueiras
Feministas e Campanha pela Ética na TV, entre diversas outras
organizações de mulheres de atuação estadual e local e entidades do
movimento pela democratização da comunicação.
No http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2012/01/19/feministas-a-bernardo-vada-a-bordo/
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