A força de Dilma é a força da esperança
Ela
teve contra si a natural desorganização de início de governo, uma alota
da inflação que seus adversários brandiram como sinal do caos, uma
verdadeira chacina ministerial – que despedaçou na mídia sete de seus
auxiliares – e uma crise mundial que paralisou as economias centrais.
Ela era inexperiente, ia viver à sombra de Lula, não controlaria o
PT, não eria capaz de manter unida sua base de apoio e, resumindo, do
ponto de vista político, seria “um poste”.
E aí está Dilma Vana Rousseff com um índice de aprovação, ao final de
seu primeiro ano de mandato, superior ao que tiveram todos os demais
presidentes da República desde que se restabeleceram as eleições
diretas neste país.
E se seus méritos pessoais foram grandes e muitos – e ninguém senta
naquela cadeira e faz tudo o que quer e muito menos como quer – ela
chega a esta posição não apenas por eles.
A solidez da avaliação positiva de Dilma é, sobretudo, a solidez de
uma percepção, que não será facilmente destruída, de que esse país pode e
está caminhando para ser o que dele sempre esperou, às vezes
secretamente, o povo brasileiro: um grande, livre e justo país.
É certo que José Sarney e Fernando Henrique Cardoso, manipulando o
terror da inflação, conseguiram picos de popularidade. Mas eram
espertezas, não projetos, guinadas e não rumos. Por isso,
desfizeram-se.
Foi no governo Lula que se descortinou a face da esperança para o povo brasileiro.
Não tivemos uma revolução, mas o interesse do país e o da população
passou a pesar na roda do leme, e ela o percebeu, muito embora tentem
nos distrair, seja quando se amplificam as mazelas de que está cheio
este país, seja quando nos fazem olhar apenas o céu e esquecer das
correntes terríveis em que temos de navegar.
Aí está Dilma, dona de uma força política que faz gaguejarem seus
adversários, protegida no julgamento popular - como Lula ficou – dos
salpicos de lama com que se a tenta atingir, pronta para por em marcha,
agora, a etapa que lhe cabe nesse processo de libertação do Brasil e de
dignificação da vida de sua gente.
Essa é, para os que amam de fato o Brasil e o povo brasileiro, a
finalidade do prestígio político e da confiança popular: mudar o país. E
Dilma, por tudo o que foi e é, sabe disso.
Está em marcha esta mudança e veremos, este ano, como ela se tornará palpável, visível e profunda.
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