sábado, 31 de março de 2012

Punição aos golpistas militares! Abaixo a ditadura! Viva os jovens brasileiros! Viva o Brasil!

Em protesto, jovens acusam ex-delegado por crimes cometidos na ditadura

Segundo ex-presos políticos, David dos Santos Araújo se escondia sob a alcunha de Capitão Lisboa

26 de março de 2012 | 17h 51


Roldão Arruda - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Cerca de cem integrantes do Levante Popular da Juventude, em sua maioria universitários, participaram nesta segunda-feira, 26, de um ato protesto diante da sede da empresa de segurança Dacala, na Avenida Vereador José Diniz, na zona sul de São Paulo. Com carro de som, faixas, bumbos, cartazes e material de pichação, eles acusaram publicamente o proprietário da empresa, o delegado aposentado David dos Santos Araújo, de ter torturado, estuprado e assassinado militantes políticos que se opunham à ditadura militar, na década de 1970.
Werther Santana/AE
Delegado não se encontrava na empresa no momento da manifestação
Delegado não se encontrava na empresa no momento da manifestação - Werther Santana/AE
                                                           Werther Santana/AE
Delegado não se encontrava na empresa no momento da manifestação
"Há um assassino e estuprador à solto na vizinha", diz o manifesto que foi distribuído pelos manifestantes aos funcionários da empresa e às pessoas que passavam pela rua, uma das mais movimentadas da região. Eles também lembraram depoimentos de ex-presos políticos, segundo os quais o delegado se escondia sob a alcunha de Capitão Lisboa, durante as sessões de tortura.
O delegado não se encontrava na empresa no momento da manifestação, segundo os funcionários. Um grupo de três viaturas da PM acompanhou a manifestação e anotou a chapa do carro de som e os nomes dos advogados que acompanhavam os estudantes.
Os jovens organizados pelo Levanta Popular da Juventude também promoveram protestos semelhantes em Porto Alegre, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro, Belém e Curitiba. O principal objetivo deles é chamar a atenção do governo para a questão da Comissão Nacional da Verdade.Criada oficialmente em novembro do ano passado, ela não foi instalada até hoje.
Jovens do Movimento dos Sem-Terra também participaram do ato, ao lado de representantes sindicais e de organizações de direitos humanos.

Passeata dos Cem Mil

"Essa manifestação não acabou com a ditadura, mas nos passou uma grande lição: se algo nos incomoda, devemos reclamar e exigir direitos justos para que todos possam exercer sua liberdade. Mesmo não conseguindo atingir os objetivos a curto prazo, podemos ter certeza que a longo prazo eles terão valor muito grande, mesmo que seja só por uma demonstração de coragem."
Rio de Janeiro, 26 de junho de 1968, dia em que ocorreu um dos atos mais importantes contra a ditadura militar instaurada no Brasil. Antes da passeata dos 100.000, já havia ocorrido manifestações estudantis nas ruas, sempre reprimidas pela polícia, com mortes de estudantes e a prisão de mais de 300 pessoas.

Foi permitida, depois de dias sangrentos, uma manifestação marcada para o dia 26 de junho, uma manifestação vigiada por mais de 10 mil policiais e que era composta por estudantes, artistas, religiosos e intelectuais pelas ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro. Além de protestar contra a ditadura, os estudantes protestavam contra a privatização do ensino, na época, já sinalizada pelo governo.

O governo abria caminhos para a instauração do ensino particular pago em todos os níveis, incluindo o superior, e a tendência de cursos pragmáticos com o intuito de somente formar mão-de-obra para as empresas capitalistas, esquecendo a formação de cidadã
os. A política educacional do MEC, naquela época, estava sob influência de técnicos norte-americanos.

A passeata dos 100.000 iniciou às 14 horas, com cerca de 50 mil pessoas, número que dobrou em 1 hora. Depois da passeata, houve uma reunião entre o então presidente Costa e Silva e os universitários Franklin Martins e Marcos Medeiros, na qual foi solicitada a libertação de estudantes presos e o fim da censura.

No mês seguinte, o governo militar proibiu qualquer manifestação pública no país, o que gerou a prisão e mortes de vários estudantes. Em 21 de agosto de 1968, o projeto de lei da anistia aos estudantes foi rejeitado pelo Congresso. A legalização da repressão ocorreu através do AI-5, Ato Institucional nº5, em 13 de dezembro de 1968.

Por Fernando Rebouças

http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/passeata-dos-100-mil/


COMENTÁRIO

A partir de uma breve observação no texto pode-se constar que essa passeata ocorre justo quando a ditadura está mais sólida, mostrando uma organização muito grande dos estudantes contra o governo. Ao nosso ponto de vista fora muito significativo, desmitificando a visão de sociedade brasileira ser acomodada e aceitar tudo que lhe é imposta. Essa manifestação não acabou com a ditadura, mas nos passou uma grande lição: se algo nos incomoda, devemos reclamar e exigir direitos justos para que todos possam exercer sua liberdade. Mesmo não conseguindo atingir os objetivos a curto prazo, podemos ter certeza que a longo prazo eles terão valor muito grande, mesmo que seja só por uma demonstração de coragem.




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