segunda-feira, 26 de março de 2012

“Os defeitos do Mercosul são nossos defeitos e vamos lutar até a morte, sem concessões e sem afrouxar. Negociando, brigando e resmungando”, assegurou o presidente uruguaio.

Mujica: “Ai de nós se não existisse o Mercosul”


Nesta segunda-feira (26), o Mercado Comum do Sul (Mercosul) completa 21 anos. O bloco foi instituído em 1991 pelo Tratado de Assunção assinado entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Hoje, a Venezuela está em processo de adesão. Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru são membros associados e México e Nova Zelândia, Estados observadores.


Em seu discurso na 41ª Cúpula do Mercosul, realizado nos arredores de Assunção, Dilma Rousseff destacou
o bom momento das economias dos países que integram o grupo/ Foto: AP
Assinado pelos presidentes Fernando Collor de Mello (Brasil) e Carlos Menem (Argentina), o tratado refletia o espírito mercantilista e livre-cambista da época. Funcionou como um instrumento adicional para a liberalização da economia regional sem divergir das grandes linhas do Consenso de Washington.

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Com a ascensão de governos progressistas e, sobretudo, a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003, a política do bloco mudou e o Mercosul tornou-se um dos instrumentos para fomentar a integração regional. Em 2005, o projeto dos Estados Unidos que visava criar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) foi rechaçado pelo grupo.

Marcado por contradições, a eficácia do bloco é constantemente questionada, principalmente pela diferença entre as economias do Brasil e dos demais integrantes. Apesar disso, em declarações recentes, o presidente uruguaio José Pepe Mujica afirmou que, para além das contradições e disputas comerciais no interior do Mercosul, ele é estratégico para o crescimento das indústrias locais e para o fortalecimento dos mercados internos no atual cenário internacional.

“Temos um Mercosul que tem suas contradições, que respeitamos pouco e que todos os dias fazemos alguma critica, mas ai de nós se ele não existisse”, apontou. “Os defeitos do Mercosul são nossos defeitos e vamos lutar até a morte, sem concessões e sem afrouxar. Negociando, brigando e resmungando”, assegurou o presidente uruguaio.

“Se não tivéssemos o Mercosul, a quem venderíamos esses carrinhos que fabricamos? Aos Estados Unidos ou à Alemanha?”, se perguntou o mandatário durante o discurso proferido durante a Assembleia anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Da Redação,
Vanessa Silva

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