segunda-feira, 13 de setembro de 2010

"REPORCAGENS" do PIG (Partido da Imprensa Golpista) é atentado à etica e à nossa inteligência.

Especialistas criticam fogo cruzado na mídia

Acadêmicos especializados em ética e jornalismo consultados pelo Jornal do Brasil foram unânimes em criticar a onda de denuncismo que tomou conta das principais publicações do país na reta final da campanha eleitoral. Acusações contra candidatos e contra o governo se sucedem costumeiramente na imprensa. Mas, desta vez, a quantidade de supostas irregularidades alardeadas na mídia, bem como a forma como elas têm sido apresentadas, causam estranheza. Como nada será apurado pela Justiça antes do pleito de 3 de outubro, tudo por enquanto não passa de mera acusação.

Nos últimos dias, o tiroteio aumentou. De um lado, a revista Veja, que denunciou, no sábado, que Israel Guerra, filho da ministra chefe da Casa Civil, Erenice Guerra Um dia antes, a revista Carta Capital, por sua vez, atacou Verônica Serra, filha do candidato tucano, José Serra, dizendo que, em 2001, uma empresa da qual ela fazia parte havia exposto dados sigilosos de 60 milhões de correntistas bra-sileiros na internet.

Para a professora de ética jornalística da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Ilana Polistchuck, a cobertura da campanha ganhou contornos de "baixaria", não apenas nas páginas das revistas citadas, mas também em outros veículos de comunicação.

- As denúncias apresentadas caberiam na editoria de polícia e não de política ou país - opina a professora. - As continuações das reportagens podem ser consideradas verdadeiros folhetins. O que vai acontecer com a ministra da Casa Civil? O que será que leram na quebra de sigilo da filha do Serra?

Já para o sociólogo Gilson Caroni Filho, professor das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), o tipo de cobertura de alguns veículos, classificados por ele como "descaradamente tendenciosos", não é novo.

- A revista Veja ea Folha de S. Paulo protegem um candidato específico e atacam outro, sempre foi assim - analisa o professor. - Este ano, a preferência está mais explícita, pois a oposição não suportaria uma terceira derrota consecutiva.

O doutor em ciência da comunicação e professor de ética da Universidade Federal Fluminense (UFF) Marco Schenneider também vê uma clara tendência em muitos veículos brasileiros de favorecer um ou outro candidato.

- Na Folha, no Estadão e, mais descaradamente, na Veja, há um favorecimento da candidatura tucana - sentencia.- Já a Carta Capital, embora demonstre simpatia pela candidatura petista, pratica um jornalismo, a meu ver, mais próximo dos ideais da imparcialidade e da objetividade jornalística.


Nada a declarar

O editor-executivo do jornal O Estado de S. Paulo, Luiz Fernando Rilas, disse ontem que não comentaria as declarações dos especialistas ouvidos pelo JB. Na redação da Folha de S. Paulo, o editor adjunto identificado como Alan disse que só um dos editores poderia falar e não havia nenhum deles disponível ontem. Na redação da Veja e da Carta Capital, ninguém foi encontrado para comentar o assunto.

Modelo do século passado retornou, diz professora

Para Marco Schenneider, da UFF, a mídia não deveria ser porta-voz de um ou outro partido, a não ser que assumisse deliberadamente de que lado está, o que não acontece no Brasil.

- A mídia só deve ser porta-voz deste ou daquele partido quando assumir publicamente o que faz, sem posar de imparcial.


Posição assumida nos EUA

Enquanto no Brasil não é comum os jornais assumirem deliberadamente sua posição política, nos EUA há periódicos que indicam inclusive candidatos à Presidência da República. Nas últimas eleições para a Casa Branca o jornal The New York Times recomendou, em seu editorial, que seus leitores votassem no democrata Barack Obama.JB

No http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/

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